Com o objetivo de formar engenheiros prontos para o mercado de trabalho, graduações têm currículos desenhados com foco nas competências
Entre 17 e 20 de setembro, representados por Irineu Gianesi, diretor de Assuntos Acadêmicos do Insper, participamos do XLVII Congresso Brasileiro de Educação em Engenharia (COBENGE) na cidade de Fortaleza. Organizado pela Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE), o COBENGE é considerado o mais importante fórum de discussão sobre a formação e o exercício profissional em Engenharia no Brasil.
Em sua apresentação, Irineu compartilhou nosso método de desenho de currículo baseado em competências, desenvolvido antes mesmo da homologação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), no último mês de abril, das novas Diretrizes Curriculares Nacionais, redigidas com a participação de nosso diretor.
“É necessário tornar clara a nova responsabilidade das instituições de ensino que, tradicionalmente, estão acostumadas a desenhar seus currículos muito preocupadas com os requisitos de conteúdo ou do sistema profissional. As novas diretrizes colocam muito foco nas competências e transferem, para as escolas, a responsabilidade de definir quais conteúdos são importantes para desenvolver essas competências, de acordo com o profissional que se quer formar, e a necessidade de avaliar o aprendizado para aprimorar seus currículos”, analisa Irineu.
“Os anseios trazidos por diversos setores estavam muito alinhados com o modelo que o Insper trouxe antes mesmo das diretrizes mudarem. As diretrizes anteriores não impediam essa abordagem, mas não a induziam”, explica.
Competências
Analisar fenômenos físicos por meio de modelos; conceber soluções desejáveis pelos usuários, com viabilidade técnica e econômica; implantar soluções de forma empreendedora, avaliando seus impactos; e interagir com a indústria por meio do desenvolvimento de projetos são competências desenvolvidas desde o início das Engenharias do Insper, criadas em 2015 com o objetivo de formar engenheiros o mais prontos possível para atuarem no mercado.
“Se o engenheiro não chega pronto no mercado de trabalho, tem que acabar de ser formado no dia a dia da empresa e acaba assumindo os valores e mindset de onde atua. A indústria quer novos engenheiros mais prontos, que questionem seus processos e provoquem a inovação lá dentro, atuando como um verdadeiro elemento de transformação”, ressalta Irineu.
Ao longo da experiência do aluno, são desenvolvidas tanto as competências cognitivas, mais relacionadas aos conteúdos técnicos, como as competências socioemocionais, como relacionamento interpessoal e trabalho em equipe. “Não adianta o aluno só ser aprovado nas disciplinas; isso não vai fazer dele um engenheiro. Ele precisa ser preparado para realizar o processo da Engenharia. Para compreender o usuário da solução da engenharia, por exemplo, o futuro profissional terá que saber aplicar as técnicas de design e, também, ter a capacidade de exercer empatia e notar o que é importante para o outro”.
Interação com a indústria
A relação com a Indústria também está presente em nossa escola de forma antecipada às novas diretrizes. Ela acontece desde o início da Graduação, como acontece na disciplina Co-design de Aplicativos, por exemplo, até aos trabalhos finais, como o Projeto Final de Engenharia (PFE), um dos marcos de conclusão do processo de formação do engenheiro do Insper e que aproxima, por meio de desafios reais, os alunos das organizações para que desenvolvam soluções de engenharia voltadas a demandas e necessidades genuínas das empresas e da sociedade.
Formação do corpo docente
Com uma nova pedagogia, mais centrada no aluno, a preocupação com a formação do corpo docente é característica do Insper e também consta nas novas diretrizes. “Trabalhamos intensamente nesse sentido não só internamente, como já enviamos 35 professores para a Olin College of Engineering, em Boston. A intenção é expandir o programa de formação que já temos para os nossos professores, oferecendo formação também para a comunidade de fora do Insper”.