09/07/2020
Lançamento busca formar profissionais aptos a elaborar soluções integradas e territorializadas para enfrentar problemas urbanos complexos
A vulnerabilidade social de diversos territórios de nosso país, evidenciada ainda mais com a pandemia causada pelo novo coronavírus, torna necessária a formação de profissionais aptos a elaborar soluções integradas e territorializadas para enfrentar problemas urbanos complexos. Nesse contexto e seguindo sua missão de promover ensino de qualidade pra auxiliar nas melhores tomada de decisão, o Insper, em parceria com Itaú Cultural e Arq. Futuro, lança a Pós-graduação em Urbanismo Social – Gestão Urbana, Políticas Públicas e Sociedade.
Desenvolvida no âmbito do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, parceria entre Insper e Arq. Futuro que cria uma plataforma interdisciplinar para o aprendizado, pesquisa e inovação sobre as cidades, a proposta de aprendizagem deste novo curso é centrada na experiência de Urbanismo Social. “Esse conceito consiste em intervenções urbanas integradas em territórios de vulnerabilidade social, realizadas com participação social e que visam o desenvolvimento humano integral e a promoção da cidadania”, explica Tomas Alvim, cofundador do Arq. Futuro e coordenador do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper.
“A nova Pós-graduação do Insper complementa a formação continuada de gestores públicos, do terceiro setor e da iniciativa privada, e, de caráter inovador, profissionais e agentes comunitários, independentemente de sua formação acadêmica, para a formulação, implementação e avaliação de políticas públicas e planos urbanos locais integrados em diálogo com sujeitos das comunidades locais, poder público e sociedade civil, com foco na gestão e em intervenção urbanas inovadoras em territórios de maior vulnerabilidade social”, completa Tomas.
De acordo com Rodrigo Amantea, coordenador do Laboratório Arq.Futuro de Cidades do Insper, a Pós-graduação em Urbanismo Social do Insper é a primeira do país com esta agenda emergencial às cidades brasileiras: a capacitação de profissionais aptos a trabalhar na qualificação dos territórios de vulnerabilidade social.
“As abordagens tradicionais do urbanismo já não são capazes de equacionar os complexos desafios que enfrentamos no contexto das cidades contemporâneas. Com o aumento extraordinário da disponibilidade de dados georreferenciados e a evolução de métodos analíticos, a pesquisa interdisciplinar sobre cidades avançou muito em diversos países. Entretanto, no Brasil, ainda existem relativamente poucos esforços nessa direção”, analisa Rodrigo.
“Além disso, no contexto nacional, constata-se uma carência de práticas inovadoras na gestão das cidades e de avaliação de impacto sobre a eficiência de políticas públicas para a sua transformação. E nosso novo curso vem atender exatamente a essa demanda”, finaliza.
Parceria com EAFIT-Medellín e Corpo Docente
A primeira Pós-graduação em Urbanismo Social no país se inspira em curso desenvolvido pela EAFIT-Medellín, parceira do Insper e da Arq. Futuro nessa iniciativa.
“Medellín se reinventou de 2003 para cá em função das ações de urbanismo social com invejáveis padrões de continuidade e gestão até agora. A cidade colombiana vem ganhando indicadores excepcionais de transformação de qualidade de vida e se tornando uma das cidades mais inovadoras da América Latina”, comenta Carlos Leite, coordenador do Núcleo de Urbanismo Social do Laboratório de Cidades Insper-Arq.Futuro e da Pós-graduação em Urbanismo Social.
Urbanista com Mestrado e Doutorado pela FAU-USP e Pós-doutorado pela Polytechnic University of California, onde foi professor visitante, Carlos Leite é Diretor da Stuchi & Leite Projetos, com consultorias em desenvolvimento urbano para o BID, CAF, UNESCO e instituições públicas, privadas e do terceiro setor e também professor na FAU-Mackenzie.
“Montamos um corpo docente diversificado e muito qualificado para este curso, com uma variação de professores que inclui Alejandro Echeverri, ‘pai’ do conceito de urbanismo social em Medellín e professor visitante das melhores universidades do mundo, especialistas e professores do Insper, além de lideranças comunitárias e representantes de fundações que atuam diretamente em territórios vulneráveis”, destaca Carlos.
Metodologia
As metodologias centradas no aluno, com foco em seu processo de aprendizagem, características dos cursos do Insper, seguem presentes nesta nova Pós-graduação. “No curso de Urbanismo Social essa premissa se revela em algumas escolhas: há um momento inicial, no qual os estudantes mobilizam, de forma introdutória e na prática, as competências que vão desenvolver durante o curso. É uma experiência bastante imersiva e que dá uma visão geral e prática do curso, bem como promove a atuação em equipe. Esse processo se repete e se aprofunda nos demais trimestres, até o projeto final de TCC”, conta Débora Mallet, coordenadora da área de Desenvolvimento de Ensino e Aprendizagem (DEA) do Insper.
Associadas a essas experiências, os estudantes vão vivenciar as trilhas de aprendizagem do curso, que são compostas pelas diversas disciplinas que dão suporte teórico e prático às experiências de campo em territórios vulneráveis.
“Além disso, as disciplinas propõem atividades preparatórias prévias e posteriores aos encontros, para que, por um lado, o aluno chegue preparado para as dinâmicas das aulas e, por outro, possa avançar em seus conhecimentos e na consolidação das habilidades necessárias ao pleno domínio das competências previstas para o curso”, ressalta Débora.
Bolsas de Estudos
O apoio do Itaú Cultural possibilita a concessão de bolsas de estudos integrais para um número expressivo de profissionais vindos de várias regiões do Brasil, o que estimula e promove a diversidade de perfil de alunos, complementada pela multidisciplinaridade do corpo docente. Também será aberta a possibilidade de participação de pessoas sem a escolaridade mínima exigida, que receberão certificados de conclusão em Curso de Extensão.
“Essa é uma parceria entre três instituições que carregam consigo experiências e relevâncias potentes nas suas áreas de atuação. A partir desse conhecimento e prática acumulados, Itaú Cultural, Arq.Futuro, Insper se juntaram para apresentar um grande programa de formação de gestores e de líderes comunitários com o objetivo de pensar tanto os territórios de alta vulnerabilidade social quanto a cidade sob o aspecto da convivência humana. Pensar, acima de tudo, um país melhor, mais humano, mais solidário, que possa realmente oferecer soluções definitivas, entre outras coisas, à desigualdade. Nesse sentido, viabilizar a oferta destas 30 bolsas reforça o compromisso do Itaú Cultural para democratizar o acesso e a participação à formação no universo cultural”, destaca Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural.
Conheça todos os detalhes da Pós-graduação em Urbanismo Social