Fonte: G1 – 28/7/2017
Participação da professora Regina Madalozzo
Taxa divulgada significa 1,9 milhão de desempregados a mais em um ano.
Aumentou também o número de pessoas no mercado informal.
A taxa de desemprego baixou para 13% no segundo trimestre deste ano. A redução de zero ponto sete ponto percentual em relação ao primeiro trimestre é a primeira queda significativa desde 2013. Mesmo assim, o número de desempregados continua muito alto: 13,5 milhões de pessoas estão sem trabalho no Brasil.
Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a taxa divulgada, nesta sexta-feira (28), pelo IBGE, aumentou um ponto sete ponto percentual, o que significa 1,9 milhão de desempregados a mais em um ano.
Essa queda na taxa de desemprego não dá para ser comemorada ainda, pois o número de trabalhadores com carteira assinada não mudou em relação aos primeiros três meses deste ano. O que aumentou segundo o IBGE foi o número de pessoas no mercado informal.
“Ele está empregado, ele saiu do desemprego, não conta mais. Possivelmente procura emprego formal, mas por enquanto para o PNAD não está mais desempregado”, explica a professora de economia do Insper, Regina Madalozzo.
Caso da coordenadora de RH, Quitéria Lucia Azevedo da Silva, demitida em junho do ano passado. “Todo dia mando currículo. Sento no meu computador, fico duas, três horas enviando currículo para empresas, procuro na internet, recebo site de emprego. Todo dia levanta pensando o que eu vou fazer nesse dia para trabalhar, para ter alguma renda. Faço bolo, por encomenda, bolo caseiro, faço bolo de aniversário que as pessoas me pedem, eu faço comida também, se me pedirem, eu trabalho em eventos, então é assim, eu vou me virando”, conta.
“É uma questão de sobrevivência, a pessoa procura por um certo tempo, muito tempo, não consegue e encontra uma alternativa de sobrevivência muitas vezes informal”, explica Regina.
Difícil é quando não aparece nenhuma oportunidade. O pedreiro João Lopes dos Anjos foi demitido no ano passado, e até agora de proposta para carteira assinada. “Foi só dois bicos. Não deu nem duas semanas direito. Oito dias de bico. Foi o que eu arrumei. Tem proposta, mas proposta de bico também, serviço fixo não tem. Minha mulher trabalha, minha filha também trabalha, não é fácil não”, lamenta João.
“A partir de 2015 o padrão mudou. A taxa de desermprego foi aumentando continuamente, esse é o primeiro retrocesso na taxa desde 2014, nesse sentido a notícia pode ser encarada como algo positivo. Dá alguma esperança”, completa Regina.