O mercado de trabalho cresceu em 2012, mas em uma velocidade inferior à dos últimos dois anos. No primeiro semestre deste ano, foram criados 1,04 milhão de empregos com carteira assinada. O número representa uma queda de 26% ante o mesmo período do ano passado, quando foram abertas 1,41 milhão de vagas. As empresas diminuíram o ritmo das contratações sem interromper projetos de expansão dos negócios. Para não encarecer a folha de pagamento em um período mais duro, os empregadores optaram por promover pessoas internamente a contratar do mercado. Das 150 companhias vencedoras neste ano do Guia VOCÊ StA. – As Melhores Empresas para Você Trabalhar, 69% têm mecanismos de recrutamento interno. “Ainda há espaço para crescimento acelerado, mas é preciso cuidados para manter-se no cargo”, diz Telma Guido, coordenadora de transição de carreira da empresa Right Management, de recolocação de executivos, de São Paulo.Os recém-promovidos, que ocupam posições de maior responsabilidade, estão diante de uma situação diferente da de quem subiu há mais tempo. Com a retração da economia, aumentou a pressão por resultado. “Executivos que foram contratados nos últimos três anos não estão conseguindo entregar o que se esperava deles”, diz Marcus Soares, professor de gestão ele pessoas do Insper, escola de negócios de São Paulo. Diante dessa situação, quem tem oportunidade de renegociar as metas mantém o emprego; quem não encontra respaldo do chefe, é demitido. Para aproveitar as oportunidades que ainda aparecem, vale a pena analisar a situação antes de dar o próximo passo na carreira. A seguir, uma lista das situações que favorecem o salto rápido na profissão e as medidas a serem tomadas para evitar uma queda rápida.
ESCASSEZ DE PESSOAL QUALIFICADO
Ponto fraco das empresas brasileiras, a falta de profissionais qualificados está por trás de grande parte das promoções que ocorreram este ano. “Hoje, esse é o principal fator de aceleração de carreira”, diz Olavo Furtado, coordenador de pós-graduação e MBA da Trevisan Escoa de Negócios, de São Paulo. O Brasil é o segundo país com maior dificuldade de preencher vagas, segundo pesquisa do ManpowerGroup feita com 38 000 empregadores de 41 países – 71% das empresas brasileiras têm problemas para encontrar profissionais, ante uma média global de 34%. Para superar esse obstáculo, as companhias investem em formação da mão de obra interna. É daí que vêm os programas de trainee, a retenção de funcionários aposentados e a preparação de sucessores.
CARGOS MAIORES EM PEQUENAS EMPRESAS
A mudança para um negócio de menor porte pode acelerar a ascensão de um profissional a um cargo maior. Um movimento de carreira comum atualmente entre executivos é deixar grandes companhias para assumir posições mais altas em pequenas e médias empresas – em que a concorrência é menor. Essa movimentação tem ocorrido com maior frequência nos setores de infraestrutura e serviços, que estão entre os que mais abriram vagas neste ano.
CRESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
Companhias em expansão são uma oportunidade de crescimento quando novas unidades de negócios e cargos estão sendo criados – a preferência é ocupar as novas vagas com os funcionários. “Passei de gerente a diretor em menos de um ano”, diz Pedro Ivo lima, de 32 anos, diretor comercial na Arcon, de tecnologia, de São Paulo. “Mas é preciso conhecimento e formação adequados para a vaga.”
CONTRAPROPOSTA PARA RETER
A disputa das empresas por profissionais pode diminuir o número de degraus para se chegar ao topo. Para não perder um profissional que recebeu um convite de trabalho, muitas companhias oferecem um cargo maior para convencê-Lo a ficar. “Criamse cargos e abrem-se novas oportunidades para que as pessoas subam na carreira e fiquem nas empresas”, afirma Olavo Chiaradia, diretor da área de informações sobre remuneração do Hay Group, consultoria de recursos humanos, de São Paulo. Algumas áreas sofrem mais com essa situação e aceleram as carreiras dos funcionários para evitar buracos em seus quadros. É o caso de setores como o de tecnologia, bancário, engenharia e construção civil.
Fonte: Você S/A – Novembro/2012