A renda per capita brasileira pode levar quase 80 anos (79,7) para alcançar a norte-americana, revela estimativa do economista e professor do Insper Marcelo Moura. A projeção leva em consideração um crescimento médio anual de 3% da renda per capita brasileira no período, ao mesmo tempo em que nos Estados Unidos a expansão é de 1,1%. É preciso lembrar que a renda por habitante cresce menos que a renda do País por causa do crescimento da população. “A renda per capita no Brasil hoje corresponde a quase um quinto do que se vê nos Estados Unidos. É um padrão de vida, de conforto para a sociedade, de saúde e educação muito diferente”, afirma. Mesmo numa projeção mais otimista, em que se considere expansão de 3,7% do Produto Interno Bruto (PIB) per capita brasileiro e de 1,3%, do norte-americano – taxas médias no período de 2003 e 2008 -, o tempo para o Brasil se igualar aos EUA seria de 63,2 anos.
Em um cenário que seria considerado mais cauteloso, em que se considera a média de crescimento da renda per capita no período entre 2002 e 2012, de 2,5% para o Brasil e 0,9% para os Estados Unidos, o tempo para se atingir o nível norte-americano de PIB por habitante chega a quase 100 anos (95,1).
Moura argumenta que o PIB per capita é um indicador mais adequado para se definir as condições de vida de uma população do que o PIB geral. “Os políticos adoram dizer que somos a sétima maior economia do mundo, mas aqui tem muito mais gente para dividir a riqueza. O que mais importa não é o tamanho da economia, mas o tamanho da economia por habitante: isto reflete melhor a qualidade de vida dos habitantes de um país”, defende. O professor reconhece, no entanto, que a população numerosa é um elemento que contribui positivamente para o crescimento da economia. O amplo mercado consumidor acaba sendo um atrativo importante para os investimentos. Pelos dados do Banco Mundial, os EUA ocuparam a 10! posição entre os países de maior renda per capita em 2012. O ranking é liderado por Luxemburgo, seguido por Noruega, Suíça, Macau, Austrália, Dinamarca, Suécia, Canadá e Cingapura.
Fonte: Jornal do Comércio
Data: 30/09/2013