Os autores propõem um modelo revolucionário de mercado, defendendo o fim dos monopólios e da propriedade privada, substituindo-os pelo direito de uso
Em momentos de crise econômica, política e aumento da desigualdade, tanto social como financeira, o capitalismo de livre mercado volta ao debate. Diante da avaliação da falência desse sistema, especialistas sustentam que uma nova organização do mercado é necessária. Mas ao contrário da corrente que acredita que o Estado deve voltar a ter mais controle, Eric Glen Weyl, economista americano e pesquisador da Universidade de Princeton, defende o fortalecimento radical da economia de livre mercado, levando a uma nova organização financeira, para estabelecer uma sociedade mais justa e igualitária.
Weyl esteve no Insper discutindo suas ideias no lançamento, no Brasil, do livro Mercados Radicais: Reinventando o Capitalismo e a Democracia para uma Sociedade Justa, escrito em parceria com Eric Posner, professor de Direito da Universidade de Chicago.
“O liberalismo defende, fundamentalmente, a descentralização do poder, levando a maior equidade e diversidade. Hoje, o modelo está sob ataque, principalmente, das correntes de governos populistas e nacionalistas, que defendem a concentração do Estado. No entanto, o sistema está ameaçado não por esses motivos, mas porque trouxe promessas que não cumpriu”, defende Weyl.
Para o economista, entre as promessas que não se confirmaram está a internet como uma ferramenta que traria mais informações para permitir que as pessoas tivessem mais poder para escolher e falar o que quisessem. “Aconteceu exatamente o inverso. Em vez de dar mais informações que permitam melhores escolhas, a internet hoje determina o que as pessoas pensam, e não o contrário. ”
Os autores propõem um modelo revolucionário de mercado, defendendo o fim dos monopólios e da propriedade privada, substituindo-os pelo direito de uso. Ficou curioso? Na obra, os escritores detalham como esse pode ser o caminho para uma nova ordem econômica. “Não chegaremos a lugar algum com o mesmo liberalismo que temos hoje”, argumenta Weyl.
O economista entende que os mercados são a melhor maneira de organizar a sociedade. “Apesar de nossa sociedade ser supostamente organizada pela concorrência, os mercados mais importantes estão monopolizados ou simplesmente inexistem. Ao criarmos mercados de fato livres, abertos e competitivos, conseguiremos reduzir drasticamente a desigualdade, aumentar a prosperidade e sanar conflitos sociais e ideológicos que dilaceram nossa sociedade”, conclui Weyl.
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