Receita da alemã BioNTech cresceu 1.511% no período de um ano, o maior salto entre as fabricantes de vacinas contra o coronavírus
A pandemia da covid-19 impulsionou o faturamento das companhias que fabricam vacina contra a doença. O maior aumento na receita foi registrado pela alemã BioNTech, parceira da americana Pfizer na produção de vacinas contra o novo coronavírus. De uma receita de menos de 600 milhões de dólares em 2020, a BioNTech passou para um faturamento de 8,9 bilhões de dólares nos últimos 12 meses — um crescimento de 1.511%.
Sediada em Mainz, na Alemanha, a BioNTech surgiu em 2008, com o objetivo de desenvolver produtos biológicos para tratamento de vários tipos de câncer. A empresa foi fundada por um casal de cientistas de origem turca, Ugur Sahin e Ozlem Tureci, que se associou ao austríaco Christoph Huber, um especialista em câncer.
Em janeiro de 2020, depois de ler um artigo sobre o novo coronavírus na revista científica The Lancet, Sahin percebeu que estava diante do risco de uma pandemia e colocou sua equipe para trabalhar no desenvolvimento de uma vacina. Em fevereiro, Sahin convenceu a Pfizer a firmar uma parceria com a BioNTech. A Pfizer se comprometeu a investir 1 bilhão de dólares no projeto, adiantando 185 milhões de dólares.
A vacina foi desenvolvida em tempo recorde. Em 31 de dezembro de 2020, a Organização Mundial da Saúde deu ao imunizante desenvolvido pela Pfizer-BioNTech a primeira aprovação para uso emergencial de uma vacina contra a covid-19. Batizada de Comirnaty, a vacina demonstrou ter eficácia de 95% e já vinha sendo aplicado no Reino Unido, na União Europeia, nos Estados Unidos e no Canadá.
Rapidamente, a vacina se tornou um dos produtos de maior sucesso na história da Pfizer, empresa fundada em 1849. Nos últimos 12 meses, a Pfizer faturou 63,6 bilhões de dólares, 52% mais do que em 2020.
Outra companhia que cresceu rápido por causa da vacina contra a covid-19 é a americana Moderna, fundada em 2012. Nos últimos 12 meses, ela faturou 11,8 bilhões de dólares — um crescimento de 1.373% em relação a 2020. A companhia, no entanto, reduziu a previsão de vendas neste ano em cerca de 5 bilhões de dólares devido a problemas na produção e na logística de distribuição das vacinas para outros países.
Em 2019, o mercado global de vacinas movimentou 46,9 bilhões de dólares, de acordo com uma estimativa da Fortune Business Insights. Até 2027, a previsão é que o mercado atinja 104,9 bilhões de dólares, um crescimento anual de 10,7%.
Maior vacinação da história
Até o último dia 6 de dezembro, mais de 8,2 bilhões de doses da vacina tinham sido aplicadas em 184 países, uma média de aproximadamente 36,2 milhões de doses por dia, segundo um levantamento da agência de notícias Bloomberg. É a maior campanha de vacinação da história.
A vacinação, porém, ocorre de forma bastante desigual entre os países. Os Emirados Árabes Unidos, com 9,2 milhões de habitantes, lideram as estatísticas — 98% da população já recebeu pelo menos uma dose de vacina. No outro extremo, a Nigéria, com 206 milhões de habitantes, aplicou até agora pelo menos uma dose em apenas 3% da população.
Globalmente, a previsão é que 53% da população estará totalmente vacinada contra a covid-19 até o fim de 2021. A meta dos países do G-20 é que, até meados do ano que vem, 70% da população mundial esteja totalmente imunizada contra o novo coronavírus.