Uma pesquisa realizada pelo Insper, em parceria com o banco Santander, mostra ligeira queda na confiança futura dos pequenos e médios empresários brasileiros de 1,3% para o quarto trimestre de 2013, em relação ao terceiro trimestre do ano: com 70,1 pontos contra 71 pontos de julho a setembro. O resultado também é inferior ao registrado no quarto trimestre de 2012, quando o índice alcançou 74,6 pontos. O Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN), mede as perspectivas de empresas com faturamento de até R$ 80 milhões. “O resultado ainda mostra otimismo, mas revela uma acomodação. As empresas estão se adaptando ao ritmo de crescimento previsto de 2% e entendem que a economia pode andar de lado”, diz José Luiz Rossi Junior, professor e pesquisador do Insper.
Para José Roberto Machado, diretor de Segmentos do banco Santander, o fato de o indicador Investimento registrar queda de 68,1 pontos no terceiro trimestre para 65,6 no quarto trimestre não tem relação com a dificuldade de acesso a crédito pelos micro, pequenos e médios empresários.
“Não há entraves para investimentos no que diz respeito à oferta de crédito. Aqui no banco lançamos recentemente uma linha de capital de giro de até R$ 2 milhões que está indo muito bem”, diz o executivo.
Apesar do recuo na confiança dos empresários, dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), mostram que os empreendedores do setor seguem buscando financiamento. Segundo o balanço do BNDES sobre desembolsos, o total liberado para as companhias de menor porte no primeiro semestre foi de R$ 32,4 bilhões, o equivalente a 37% de tudo que foi desembolsado pelo banco no período, ou seja, R$ 88,3 bilhões.
“Estamos falando de situações de tempo diferentes, já que os dados do banco são do primeiro semestre. Mas são valores realizados. Um dos melhores desempenhos vem do setor agrícola, com alta de 102% em valores”, diz Marcos Fernandes Machado, gerente da área de Operações Indiretas do BNDES. “A indústria também cresceu 74% em desembolsos, por conta do apoio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Mesmo que a intenção se consumo se retraia, como o setor agrícola, que mais tem micro e pequenas empresas, indo bem, a tendência é manter o crescimento nos desembolsos do setor até o final do ano”, destaca.
A proporção dos desembolsos absorvidos por MPEs no semestre (37%) ficou acima do resultado obtido no fechamento de 2012 (32%). O número de empresas que acessaram recursos do BNDES atingiu 178 mil no semestre, alta 10,6% em relação ao primeiro semestre de 2012.
Descriminação |
2012 |
Nº. Oper. |
2013 |
Nº. Oper. |
Variação %Valor |
Variação %
Nº. Oper. |
MPME |
20.671,7 |
461.155 |
32.352,6 |
527,39 |
56,5 |
14,4 |
MICRO |
10.291,2 |
359.272 |
15.248,9 |
413.693 |
48,2 |
15,1 |
PEQUENA |
5.159,2 |
72.124 |
8.310,5 |
82.146 |
61,1 |
13,9 |
MÉDIA |
5.221,3 |
29.759 |
8.793,2 |
31.551 |
68,4 |
06,0 |
MÉDIA-GRANDE |
3.309,0 |
9.639 |
5.411,9 |
8.798 |
63,5 |
-8,7 |
GRANDE |
29.558,2 |
13.620 |
50.574,4 |
13.602 |
71,1 |
-00,1 |
Fonte: Brasil Econômico – SP
Data: 19/09/2013