Indicadores que permitem a comparação entre gestões municipais são fundamentais para estimular o aprimoramento de políticas públicas, afirmaram especialistas nessas áreas.
Em debate sobre o Ranking de Eficiência dos Municípios – Folha (REM-F), realizado nesta segunda-feira (29) em parceria com o Insper, o pesquisador Naercio Menezes Filho, do instituto, ressaltou a importância da transparência de dados públicos no desenvolvimento econômico com justiça social.
“Na medida em que começarmos a cobrar mais eficiência dos prefeitos, teremos mais produtividade nos indicadores [do ranking: saúde, saneamento e educação]”, afirmou. Com mais capital humano, as pessoas poderão fazer as suas escolhas na vida, independentemente da renda familiar”, completou. “Isso é muito importante.”
Menezes Filho atribuiu a queda na desigualdade de renda como resultado em parte da melhora na educação do Brasil, nos últimos 20 anos, com maior acesso à pré-escola e maior tempo de estudo.
“Temos que continuar cobrando e investindo em educação, porque o avanço não se refletiu em ganhos de produtividade”, observou. Para aprimorar a qualidade da educação, disse, é necessário haver gestões mais eficientes, e não necessariamente mais recursos –aspecto que o REM-F deixou claro.
O economista Rafael Terra, da Universidade de Brasília, afirmou que, por ter escala nacional, o indicador de eficiência pode tirar administrações municipais da acomodação de se comparar apenas às vizinhas.
“Na hora que se estabelece um ranking nacional, você estabelece um critério geral. Alguns prefeitos podem continuar olhando para o lado, mas o responsável vai olhar o todo. [Pensará:] ”Quero atingir o topo do ranking nacional””, comemorou.
Terra ponderou, contudo, que nem sempre os problemas da gestão podem ser atribuídos ao administrador atual, mas à história local. “O indicador mostra um retrato”, disse. “O ideal seria avaliar a evolução.”
Fonte: Folha Online – 29/08/2016