Segundo especialistas, grandes instituições não facilitam o investimento – e isso explica por que o Brasil nunca alcança os países desenvolvidos.
Quando se trata de infraestrutura, a sensação é a de que o Brasil está sempre correndo atrás dos países desenvolvidos e nunca chegando perto.
Uma rápida olhada em alguns números explica o sentimento: enquanto os países da OCDE investem 3% de seus PIBs em ferrovias, o Brasil investe 0,03%.
João Manoel Pinho de Mello, professor do Insper, afirma que para superar essa diferença é preciso primeiro “tirar o bode da sala”. No caso dos projetos de infraestrutura, o “bode” são os riscos – principalmente os regulatórios, segundo o professor.
“O problema é o risco que as instituições, de maneira geral, não facilitam o investimento”, disse Mello, que participou de debate no EXAME Fórum Infraestrutura. “Por muito tempo, o governo afugentou o investimento privado e isso agora tem um preço alto”, disse.
Também presente no debate, César Borges, ministro-chefe da Secretaria de Portos da Presidência da República, reconheceu que órgãos reguladores dificultam os investimentos até do próprio governo.
“A BR-316, que liga Porto Velho a Manaus, já existe, já foi pavimentada e o Ibama não permite que a gente faça nem a conservação. Ela está sendo destruída. Como que a população de Porto Velho vai chegar ao resto do país? Só por ar ou rio agora”, disse.
Fonte: Exame.com – 24/09/2014.