Seminário promovido pela parceria entre o Insper e o Instituto Unibanco prossegue hoje com painéis sobre a avaliação e o monitoramento da gestão escolar
Tiago Cordeiro
Ao longo dos últimos 20 anos, o Brasil dedicou, no total, o equivalente a mais de 85% de um PIB anual em investimentos em educação. Ainda assim, permanece distante de cumprir as sete metas do Plano Nacional de Educação envolvendo resultados da educação básica. Parte desse fracasso se deve a falhas na gestão educacional.
Foi com esse desafio em vista que, em 2019, o Insper e o Instituto Unibanco lançaram um grupo com o objetivo de ampliar a rede de pesquisadores que produzem conhecimento científico sobre gestão educacional.
Trata-se do Núcleo Ciência pela Gestão Educacional (NCGE), que atua em quatro frentes:
- identificar e certificar boas práticas voltadas à promoção de melhorias na gestão educacional;
- compreender as relações entre gestão, funcionamento e resultados educacionais;
- decifrar e validar modelos de mudança de ações que objetivam aprimorar a gestão de redes públicas de ensino;
- aperfeiçoar as ações existentes e desenvolver novas ações ou componentes dirigidos à melhoria da gestão educacional.
Políticas públicas
“O objetivo é sistematizar e gerar conhecimento sobre gestão educacional, identificando práticas de gestão, as melhores ferramentas e como implementar melhorias nos aprendizados dos alunos”, diz Laura Abreu, mestranda em Políticas Públicas no Insper e integrante da equipe de pesquisa do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper, atuando no NCGE, no Centro de Evidências do Ensino Integral (CEEI) e no Núcleo Pop.Rua (Laboratório Arq.Futuro).
A parceria com o Instituto Unibanco, que já ultrapassa uma década de experiência com o Programa Jovem de Futuro, contribui para apoiar o desenvolvimento de políticas públicas baseadas em evidência, diz Abreu.
“O programa tem um compromisso forte com a ciência, com avaliação de impacto. O NCGE desenvolve um conhecimento que pode ser aproveitado pela prática do Instituto Unibanco, que, por sua vez, consegue influenciar políticas públicas no Brasil todo. É dessa forma que alcançaremos políticas mais eficazes.”
Entre os professores pesquisadores membros do NCGE estão Ricardo Paes de Barros e Sergio Firpo, que contribuíram para desenvolver a metodologia utilizada pelo núcleo e que foi estendida a outras áreas do Insper.
“O programa Jovem de Futuro virou um case utilizado no curso de mensuração de impacto da educação executiva. Além disso, foi realizada uma inserção pedagógica, em que os alunos da graduação utilizaram a base de dados da avaliação do impacto do programa para aprender os métodos estatísticos de mensuração”, exemplifica Laura Abreu. No segundo semestre, deverão ser realizadas oficinas sobre gestão pedagógica.
O evento
Uma das ações do núcleo está em andamento: o 1º Seminário “Instrumentos para Avaliação e Monitoramento da Gestão Educacional” teve início na tarde de 7 de junho e prossegue ao longo do dia 8. O objetivo do seminário é apresentar e discutir alguns dos instrumentos de mensuração e avaliação da gestão e da liderança escolar que estão disponíveis nos contextos brasileiro e internacional.
Os diferentes painéis buscam promover a discussão sobre características e propriedades dos instrumentos, de que forma eles vêm sendo utilizados e como podem contribuir para melhorias na gestão. “O foco do evento são os quatro instrumentos de avaliação de impacto em educação que existem no contexto brasileiro, e que serão apresentados em um painel no dia 8”, diz Abreu.
A lista de participantes da programação do dia 8 inclui Ricardo Madeira (FEA/USP), Alexsandro Santos (Unicid), Fernanda Seidel (Itaú Social), Ovidio Orlando Filho (Fundação Cesgranrio), José Francisco Soares (UFMG/Game), Mirela de Carvalho (Instituto Unibanco), Patrícia Mota Guedes (Itaú Social), Ricardo Paes de Barros (Insper/NCGE), Sergio Firpo (Insper/Cátedra Instituto Unibanco) e Laura Abreu (Insper/NCGE).