Embora sejam maioria entre os concluintes de cursos de graduação em geral, elas representam pouco mais de 25% nas áreas de ciências naturais, tecnologia, engenharia e matemática
Bernardo Vianna
De acordo com os dados mais recentes do Censo da Educação Superior, elaborado pelo Inep, órgão do Ministério da Educação, o Brasil formou, em 2020, cerca de 14 mil novas engenheiras e mais de 42 mil engenheiros. No mesmo período, cerca de 7 mil mulheres concluíram a graduação em cursos de computação e tecnologias da informação e comunicação (TICs), ante os mais de 44 mil homens que terminaram cursos na mesma área.
Cursos de engenharia e de tecnologia fazem parte do grupo de disciplinas que se convencionou identificar pelo acrônimo STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, nas iniciais em inglês), que engloba o aprendizado de ciências naturais, como Física, Química e Biologia; os diversos ramos das carreiras tecnológicas e das engenharias; e a Matemática, juntamente com a Lógica e a Estatística. Por se tratar de um conjunto de conhecimentos fundamentais para o desenvolvimento e a inovação em nossa sociedade, a participação equânime de pessoas de gêneros diversos é imprescindível.
O Censo da Educação Superior agrupa os cursos de graduação oferecidos no país em áreas específicas e, a partir daí, podemos observar mais de perto aquelas que correspondem a carreiras na área de STEM. Entre tais áreas, apenas as ciências biológicas formam mais mulheres do que homens, enquanto as ciências físicas apresentam uma distribuição mais equânime. O maior volume total de formandos, no entanto, se concentra nas áreas de computação e TICs e de engenharia, cursos em que é observada a maior desigualdade entre o número de egressos do sexo feminino e do masculino.
Uma ressalva: os dados aqui utilizados, do Censo da Educação Superior, consideram apenas as dimensões “sexo feminino” e “sexo masculino”, que não refletem a diversidade de identidades de gênero presente na sociedade.