Ao anunciar a compra do Linkedin por US$ 26,2 bilhões, a Microsoft selou sua entrada no universo das redes sociais — dominadas por rivais como Google e Facebook. E, na avaliação de especialistas, a gigante da tecnologia pode se beneficiar da rede de profissionais que se conectam pelo serviço para faturar. Mark Skilton, professor de prática em Sistemas da Informação da Warwick Business School, no Reino Unido, vê o negócio como boa estratégia para a Microsoft ampliar o uso de seus produtos e serviços.
— A Microsoft pode explorar essa aquisição de muitas formas. Não apenas pela base de 106 milhões de usuários ativos (da LinkedIn), porém mais pela rede de profissionais que a LinkedIn gerencia e que poderia ser integrada às ferramentas de produtividade do Office e também de produtos de CRM (ferramenta de gestão de relacionamento com clientes), para ampliar portfólio e serviços — explica Skilton.
NUVEM PROFISSIONAL COM REDE PROFISSIONAL
O presidente executivo da Microsoft, Satya Nadella, afirmou tratar-se da união da nuvem profissional com a rede profissional, numa menção às principais ferramentas que profissionais utilizam para fazer seu trabalho — como os programas do Office — e à rede que conecta essas pessoas.
Em comunicado, Nadella afirma que “juntos podemos acelerar o crescimento da LinkedIn, assim como do Microsoft Office 365 e do Dynamics, com o objetivo de fortalecer cada pessoa e organização do planeta.
” O Office 365 é o pacote de programas da Microsoft em nuvem, e o Dynamics, a plataforma CRM da empresa de Bill Gates. A Microsoft pretende acelerar os planos para ganhar dinheiro com a LinkedIn por meio do crescimento das assinaturas individuais e empresariais, assim como com o aumento da publicidade. Quer utilizar a rede como um tecido social, interligando ferramentas como Windows, Outlook, Excel, Skype e outros produtos. A companhia concentra esforços em migrar sua oferta de software e serviços para a web. — O mais interessante parece ser a combinação com o Dynamics. Ter uma ferramenta de CRM integrada com os contatos profissionais da LinkedIn seria um diferencial competitivo — avalia Rodrigo Amantea, professor do Insper.
Fonte: O Globo – RJ – 14/06/2016