Vacinação da população infantil contra a covid-19 avança de forma lenta e desigual no país
A vacinação de crianças no Brasil contra a covid-19 tem avançado a um ritmo mais lento que o desejável. Até agora, cerca de 5,7 milhões de crianças de 5 a 11 anos receberam a primeira dose da vacina no país, o que representa quase 28% da população nessa faixa etária, segundo dados consultados no dia 14 de fevereiro. Esse índice contrasta com o de países vizinhos, como o Chile e a Argentina, onde a maioria das crianças já foi imunizada, inclusive com a segunda dose.
O avanço da vacinação no Brasil tem ocorrido de forma desigual. São Paulo é o estado com a vacinação mais adiantada: 58% das crianças com 5 a 11 anos receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19. No outro extremo, apenas 1% da população nessa faixa etária recebeu a primeira dose da vacina no Amapá.
Um dos motivos da baixa cobertura vacinal de crianças é a oferta limitada de doses. A Anvisa aprovou o uso da vacina pediátrica da Pfizer em 16 de dezembro do ano passado, mas a primeira remessa, com 1,2 milhão de doses, chegou ao país somente em 13 de janeiro deste ano. Uma semana depois, a Anvisa aprovou também a inclusão da Coronavac na vacinação de crianças. Nesse meio tempo, autoridades do governo federal, incluindo o presidente Jair Bolsonaro, se manifestaram contra a vacinação infantil.
Segundo pesquisa do Datafolha, 94% dos brasileiros afirmam apoiar a vacinação de adultos contra a covid-19. Embora os estudos mostrem que as vacinas aprovadas são seguras também para a população infantil, o percentual de brasileiros que apoiam a imunização de crianças é menor que a de adultos: 79%, segundo o Datafolha.

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