19/12/2019
Atividades desenvolvidas pelo Insper Metricis, centro de medição de impactos socioambientais, em conjunto com o Mestrado Profissional em Políticas Públicas e o Doutorado em Economia dos Negócios, trabalham aspectos para o monitoramento de impacto e multiplicação de projetos socioambientais voltados a mulheres em condição de vulnerabilidade econômica e social
O Insper Metricis vem colaborando com a capacitação dos profissionais da Universidade Federal da Bahia (UFBA) envolvidos no projeto Meninas na Ciência de Dados, projeto pioneiro capitaneado pela Professora Karla Esquerre, da Escola Politécnica da UFBA, que apoia a formação de estudantes do sexo feminino de escolas públicas por meio do uso de Ciência de Dados para o reconhecimento e a solução de problemas da sociedade.
O apoio do Insper Metricis acontece na estruturação do monitoramento dos impactos socioambientais do projeto, de maneira a auxiliar na captação de recursos para a sua manutenção e ampliação. Além disso, o Insper Metricis tem colaborado para a compreensão dos fatores que limitam a escalabilidade da iniciativa. Tais atividades vêm sendo coordenadas por Sandro Cabral, professor do Doutorado em Economia dos Negócios e coordenador do Mestrado Profissional em Políticas Públicas do Insper, em conjunto com Carolina Melo, doutoranda em Economia dos Negócios, e Isabelle Pignot, mestranda em Políticas Públicas em nossa escola.
As atividades foram iniciadas no dia 11 de outubro, com um workshop sobre medição de impacto socioambiental conduzido por Sandro Cabral e Carolina Melo. “Com um protocolo de medição, os responsáveis por conduzir esse projeto inovador podem comprovar o impacto da iniciativa e captar recursos para enfrentar o desafio de multiplicar essa ideia”, conta Sandro Cabral.
“No workshop, pudemos compartilhar um pouco das ferramentas e conceitos que usamos aqui no Insper Metricis. Essa experiência foi muito enriquecedora, pois me permitiu conhecer mais sobre como um projeto social acontece na prática”, conta Carolina Melo. “A partir desse projeto, podemos transferir essa tecnologia de medição de impacto, criar referência e nuclear a ação, expandindo a ação do Insper nacionalmente”, ressalta Sandro.
Em novembro de 2019, Isabelle Pignot realizou uma extensa incursão a campo para identificar os fatores que podem potencializar ou limitar a continuidade dessa iniciativa voltada ao empoderamento de meninas pobres e majoritariamente negras em condição de vulnerabilidade social.
“Iniciei o Mestrado Profissional em Políticas Públicas no Insper com a intenção de estudar algum tema que envolvesse questões de gênero. Sandro Cabral me apresentou o Meninas na Ciência de Dados e com recursos de um dos seus projetos junto ao CNPq, tive a oportunidade de ir à Salvador para iniciar o contato com professores e gestores das escolas contempladas pela iniciativa”, conta Isabelle. “O Metricis, com seu know how, pode auxiliar a equipe da UFBA no monitoramento e avaliação de impacto do projeto, ajudando a traçar caminhos para que cresça de maneira sustentável e consiga captar recursos para facilitar sua continuidade. Além disso, é importante ressaltar que a parceria com a UFBA promove o compartilhamento de conhecimento entre universidades, propiciando a adoção de melhores práticas educacionais e de pesquisa”, completa.
Projeto Meninas na Ciência de Dados – Iniciado em janeiro deste ano pelo grupo de pesquisa GAMMA (Growing with Applyed Modeling and Multivariate Analysis) da UFBA, fundamentada na experiência de mais de 10 anos em projetos de pesquisa, ensino e extensão na área de ciência de dados, e do R-Ladies Salvador, parte de uma organização mundial que promove a difusão de habilidades de programação em R para mulheres e outras minorias de gênero, o projeto Meninas na Ciência de Dados envolve 500 estudantes na faixa etária dos 11 aos 15 anos do ensino fundamental de cinco escolas públicas de Salvador.
No projeto, as estudantes meninas participam de atividades que visam despertar o interesse pelo tema e expandir sua percepção de futuro por meio da Educação. São trabalhados conteúdos de formação básica na área de Ciências de Dados, como estatística, algoritmo e programação, além do estímulo à criatividade na representação de dados.
As ações ainda incluem a elaboração de um website, denominado (Re)Conhecendo Salvador, que abordará temas como saúde, educação, manejo de resíduos sólido emprego, transportes, turismo, entre outros, e a realização de Feiras de Ciências abertas a alunos e alunas de outras escolas.
“Entre os principais resultados obtidos até agora, ressaltamos 11 trabalhos de pesquisa aprovados no Evento Jovens Cientistas da UFBA, com desenvolvimento de dois projetos envolvendo a construção de jogos eletrônicos, com apresentação de algoritmo. Desses trabalhos, três foram premiados com Menção Honrosa”, conta Karla Esquerre, professora da UFBA e coordenadora do projeto, que também destaca o fortalecimento da autopercepção das estudantes como futuras protagonistas de mudanças da sociedade.
Medição de Impactos – Para Karla, a medição do impacto das ações é uma etapa fundamental para o projeto. “Vejo, portanto, uma grande oportunidade de colaboração com o Insper nesta etapa desafiadora, na qual buscamos compreender como medir a alteração do comportamento das estudantes e sua percepção como futuras protagonistas de mudanças e como avaliar o ganho de conhecimento através de um processo de avaliação escolar que sabemos que é não abrangente. Isso tanto em relação às atividades feitas neste ano como às ações programadas para 2020”.