As medidas de austeridade anunciadas pelo governo são paliativas e não garantem a saúde das contas públicas no longo prazo, segundo economistas ouvidos pelo site de VEJA. A nova etapa do ajuste fiscal, que inclui cortes de gastos e elevação de receitas com objetivo de injetar 66,2 bilhões de reais no caixa do governo, foi anunciada nesta segunda-feira pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Para elevar as receitas, o governo anunciou a ressurreição da CPMF, o imposto do cheque, com uma alíquota de 0,2%. Entre as medidas anunciadas, há ainda a suspensão do reajuste de servidores públicos e dos concursos, corte de gastos de custeio, além de redução dos repasses ao Minha Casa Minha Vida e ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
“São soluções emergenciais, discutidas no fim de semana, e que têm natureza temporária. Não há nada concreto, que altere a estrutura ou dê sustentabilidade à área fiscal”, diz Otto Nogami, professor do MBA Executivo do Insper. Segundo ele, o ideal, desde o início, seria o Planalto se esforçar para levar adiante reformas profundas nas áreas tributária e previdenciária. “Isso atingiria a estrutura de custeio de governo”, afirma.
Fonte: Veja Online – 14/09/2015