Você confiaria seus investimentos a um robô? Empreendedores brasileiros acham que sim. Eles estão investindo na criação de sistemas automatizados para a Bolsa de Valores: o investidor deixa disponível uma certa quantia e a máquina decide quais papéis comprar.
Leonardo Conegundes Martinez, 27, fundador da mineira SmarttBot, diz que esses sistemas estavam muito restritos a grandes fundos de investimento e bancos e que seu objetivo é oferecê-lo para os pequenos investidores – é preciso ter conta em uma corretora de valores.
“São pessoas que gostam de operar [na Bolsa], mas não têm tempo de ficar acompanhando o mercado”, afirma.
A ferramenta, acessada pela internet, acompanha cotações e toma decisões automáticas com base em regras estabelecidas pelos clientes. A companhia, que presta serviços a cerca de 700 pessoas, oferece planos de assinatura mensal, que custam de R$ 100 a R$ 300. A SmarttBot obteve cerca de R$ 350 mil do CNPq para contratar mestres e doutores para o projeto.
A paulista dod, que também atua no setor, conseguiu R$ 200 mil do órgão e deve captar mais R$ 1 milhão para contratar profissionais com grau Ph.D. para configurar a plataforma.
Cada robô tem “personalidade” própria, sendo conservador ou mais arrojado. O cliente, que paga ao menos R$ 50 por mês, dá “o play” e a máquina toma as decisões.
Mas o robô erra? Rufo Paganini, 29, presidente-executivo da dod, diz que há “riscos inerentes ao negócio”. O sistema trabalha com índices de perdas máximas aceitáveis e sai da operação se estiver errando demais.
Fonte: Folha de S. Paulo – 18/01/2015