16/07/2021
Formado em Economia, Pedro Hércules Fonseca do Rosário conta sua trajetória na pesquisa e trabalho com investimento em projetos sustentáveis
Um tema que que ganha cada vez mais relevância na sociedade é a sustentabilidade no mundo dos negócios. Movimentos que buscam questionar as estruturas e objetivos das empresas têm ganhado cada vez mais espaço, com a ampliação do interesse das pessoas por práticas corporativas preocupadas com impactos sociais e ambientais.
Nesse cenário, o alumnus Pedro Hércules Fonseca do Rosário, formado em Economia, direcionou seus conhecimentos sobre o mercado financeiro para pesquisar e trabalhar com iniciativas transformadoras. Dentro da Pipe.Social, plataforma-vitrine que conecta negócios de impacto com investidores e aceleradoras, ele já auxiliou diversos negócios a encontrar apoios, aceleração e investimentos.
Pedro teve uma trajetória bastante ativa dentro do Insper. Ele ganhou menção honrosa na turma de formandos do Insper de 2015, foi líder de turma, consultor da organização estudantil Insper Jr. e aluno visitante na Universidade de Columbia em Nova York.
Saiba mais sobre a trajetória de Pedro Hércules Fonseca do Rosário:
O que motivou sua entrada no mundo dos investimentos em negócios de impacto social?
Eu já tinha trabalhado, em 2009, numa startup de engajamento cívico, a Webcitizen. Na época, porém, eu nem sabia que havia um nome para esse setor. Depois de uma passagem pelo mercado financeiro mais tradicional, fui convidado em 2018 a ajudar a plataforma Pipe.social a melhorar seu processo de busca e seleção de negócios de impacto social e ambiental. Primeiro, fizemos algumas experiências de olho no rigor dos processos e, em seguida, desenvolvemos uma metodologia própria de análise e avaliação dos negócios.
Tive a chance de conhecer mais de 300 líderes empreendedores pelo Brasil, selecionando vários deles para programas de aceleração e investimentos. Colaborei em algumas pesquisas, como o “Scoring de Investimentos de Impacto”, da Pipe.Labo, na qual mergulhamos no processo de investimento em negócios de impacto no Brasil para ajudar investidores e empreendedores a falarem a mesma língua.
Como você vê o impacto desses investimentos na sociedade?
Parafraseando uma antiga propaganda, acredito que existam alguns problemas que só governos possam resolver. Para muitos outros, existem negócios. Todo empreendimento nasce para resolver um problema e os negócios de impacto miram nos maiores desafios dos nossos dias. Temos divulgado alguns casos para o Hidra Podcast, no qual sou apresentador.
Apenas para citar um exemplo que acho forte, a Libertees Brasil é um negócio de moda que existe há quatro anos, liderado por Daniela e Marcella, e que emprega mulheres em privação de liberdade, desde o desenho até a confecção de roupas e acessórios.. Essa combinação de criar produtos de qualidade e trazer oportunidades reais de trabalho para essas mulheres ilustra bem o tipo de impacto que esses negócios já estão causando.
Como foi sua experiência como aluno visitante na Universidade de Columbia em Nova York?
Foi uma das experiências mais especiais que já vivi. Academicamente, tive a oportunidade de experimentar algumas matérias na Graduação e outras na Pós-graduação. Pude estudar em disciplinas de alguns dos mais concorridos programas de lá, inclusive na Escola de Políticas Públicas e Relações Internacionais, que tem, entre seus alumni e professores, chefes de estado e ganhadores de prêmios Nobel.
Um outro ponto interessante foi que achei as matérias da Graduação de lá menos exigentes que as do Insper. Isso me deixou bem impressionado com a barra alta estabelecida pela nossa instituição.
Qual a influência e suporte que o Insper teve nos seus caminhos profissionais?
Desde a formatura me mantive próximo da faculdade. Minhas primeiras oportunidades de trabalho surgiram pelo Insper ou por indicação de professores. O nome da escola sempre teve um peso grande na hora de me apresentar. Em particular, o professor Carlos Melo tem uma parcela importante de responsabilidade por sempre nos incentivar a lembrarmos de olhar para os problemas do mundo à nossa volta.