25/05/2023
Estudantes de baixa renda poderão ter acesso a programa de desenvolvimento de lideranças que nasceu na Universidade Harvard, nos Estados Unidos
Leandro Steiw
O Insper e o Aspire Institute iniciaram uma parceria em benefício de estudantes de baixa renda que são os primeiros das suas famílias a entrar no ensino superior. O Aspire é uma organização sem fins lucrativos fundada pelos professores Tarun Khanna e Karim Lakhani, da Harvard Business School, nos Estados Unidos. A ideia da iniciativa é complementar a experiência desses jovens por meio de um programa de formação de lideranças.
Khanna e Lakhani criaram o Aspire Leaders Program como projeto de extensão universitária, em 2017, no Instituto de Estudos do Sul da Ásia. Eles imaginavam apoiar as muitas pessoas talentosas que estão espalhadas pelo mundo, mas que não têm acesso a oportunidades de desenvolvimento, explica Mariana Isagawa, representante do Aspire Institute no Insper. São também jovens que, por pertencerem à primeira geração de universitários na família, não dispõem de uma rede de contatos para buscar trabalho depois da faculdade. “Eles são muito mais propensos a criar projetos de impacto social e, de alguma forma, retribuir à sociedade”, afirma.
Com a pandemia da covid-19, iniciada em 2020, o programa voltou-se para atividades online, um modelo que lhe permitiu se expandir para países da África e, mais recentemente, abrir escritórios na Índia, no Paquistão e no Brasil — que será o primeiro a integrar a América Latina. Assim, o programa transcendeu os limites de Harvard e tornou-se uma organização sem fins lucrativos. O plano de progressão é ambicioso. Em 2023, foram cerca de 50.000 inscritos. “A ideia é chegar a 1 milhão de estudantes em 2027”, diz Mariana.
No Insper, o público-alvo serão os estudantes bolsistas que se enquadram no perfil de primeira geração. Mas o Aspire beneficia também pessoas refugiadas ou imigrantes de países em conflito, por exemplo, e pretende atender jovens de todo o Brasil, fortalecendo a relação da escola com outras universidades e outros públicos. “O programa tem tudo a ver com a missão do Insper de colaborar para a formação de melhores profissionais para o mercado de trabalho”, diz Ana Carolina Oliveira de Souza, coordenadora de Relações Internacionais do Insper. “Queremos que pessoas de diferentes situações e de diferentes backgrounds possam ter acesso à educação de qualidade, se formar, prosseguir na carreira e se tornar profissionais que efetivamente façam a diferença para o Brasil.”
Nos próximos meses, o Insper pretende envolver ainda mais ex-alunos, professores e colaboradores que tenham simpatia pela causa. As possibilidades passam por palestras, mentorias, rodas de conversa, processos e ações que possibilitem o constante aperfeiçoamento dos estudantes atendidos, além das atividades online já previstas pelo Aspire. “Todos são bem-vindos, e contamos muito com a ajuda de pessoas que se voluntariem para isso”, afirma Ana Carolina.
As primeiras atividades foram intensas. Mariana recorda que começou no dia 3 de abril, e o segundo ciclo de inscrições no Brasil terminava 16 dias depois. “Corremos muito para divulgar o processo de inscrições”, diz. Mas o prazo apertado não foi empecilho. A representação brasileira conseguiu triplicar o número de estudantes inscritos. Com essa estrutura estabelecida no Brasil, o Aspire deve divulgar novidades em breve. Vale a pena ficar ligado na programação.
