Debate marcou lançamento do livro Inovando no Brasil, que examina exemplos de sucesso em ecossistemas de inovação nos EUA e em nosso país e traz orientações para uma nova agenda eficaz
No dia 18 de fevereiro, realizamos um debate que marcou o lançamento do livro Inovando no Brasil. Na obra, organizada por Elisabeth Reynolds, Ben Ross Schneider e Ezequiel Zylberberg, todos do MIT, são examinados exemplos de sucesso em ecossistemas de inovação nos Estados Unidos e no Brasil, com orientações como base de apoio para o lançamento de uma nova agenda eficaz de inovação.
“Este livro consegue analisar o fenômeno da relação entre inovação e produtividade em toda a sua abrangência e complexidade, com métricas e comparações com outros países, identificando o funcionamento das interações entre empresas, universidades e ambiente político no cenário da inovação”, analisou Paulo Furquim, coordenador do Centro de Regulação e Democracia do Insper.
A obra foi apresentada por Ben Ross Schneider, diretor do programa MIT Brazil, que abordou a trajetória histórica da inovação no Brasil, os casos de sucesso, as características da integração entre empresas, universidades e ambiente político neste cenário, além das prioridades para impulsionar a agenda da inovação em nosso país.
“As prioridades são: tornar compatíveis as políticas industriais e de inovação; promover integração estratégica no comércio global; melhorar o papel das universidades na tríade academia, empresas e estado; apoiar inovações institucionais; incentivar o empreendedorismo; e identificar políticas setoriais orientadas a um objetivo em específico”, disse Ben Ross Schneider.
Debate
O evento prosseguiu com debate envolvendo a participação de Carlos Brito Cruz, Fernanda de Negri, e Glauco Arbix, autores de capítulos do livro, além de Ben Ross Schneider e Paulo Furquim.
“Embora se trate muito sobre a importância de inovar, o Brasil investe muito pouco em inovação. Desde a década de 50, o estado vê a tecnologia como um subproduto, com aplicação imediatista pressionada pela competição”, destacou Glauco.
Para Carlos Brito Cruz, a melhora do país no cenário da inovação passa pela necessidade da utilização de indicadores confiáveis e que mostrem um panorama mais objetivo do país. “A maioria das universidades brasileiras não sabem medir o próprio investimento em inovação e identificar a origem desse recurso.”
De acordo com Fernanda de Negri, para avançar na questão da inovação, o país precisa de pessoas qualificadas, infraestrutura para o trabalho, instituições de grande porte, fomento à pesquisa fora das universidades e um ambiente econômico que não limite a competição. “No Brasil, maior parte do depósito de patentes são de universidades, porém menos de 30% vai para o mercado”.
Acompanhe o debate na íntegra