Redes da nova geração de internet devem ser implantadas nas capitais brasileiras neste ano, mas a previsão é que cheguem a todo o país só no fim da década
Bernardo Vianna
A rede 5G estava prevista para entrar em funcionamento nas capitais brasileiras até o dia 31 de julho de 2022. No último dia 2 de junho, porém, a Anatel, a agência que regula o setor de telecomunicações, anunciou a extensão desse prazo em 60 dias. Atualmente, no Brasil, sete cidades têm antenas capazes de operar com tecnologia 5G: Brasília (DF), Curitiba (PR), Franca (SP), Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Uberaba (MG) e Uberlândia (MG). Essas redes, no entanto, utilizam a faixa de 2,3 GHz, que ainda não é a que possibilita as maiores velocidades de conexão que a 5G é capaz de proporcionar.
A tecnologia que deve entrar em funcionamento após o prazo estendido pela Anatel utiliza a faixa de 3,5 GHz e permite conexões mais rápidas do que as atualmente disponíveis. Ela deverá ser implantada nas capitais estaduais e no Distrito Federal até o fim de setembro deste ano. Após a implementação nas capitais, o próximo passo, de acordo com o cronograma da Anatel, será levar a 5G para as cidades com mais de 500 mil habitantes até 31 de julho de 2025.
A chegada da tecnologia aos municípios com mais de 200 mil habitantes está prevista para 2026 e, em 2027, deverá chegar aos municípios com mais de 100 mil habitantes. Apenas em 2030 deverá estar disponível em todos os municípios brasileiros. Ao longo desse período, de acordo com a americana Next Move Strategy Consulting, o valor do mercado global de infraestrutura de 5G deve ir dos 825 milhões de dólares registrados em 2020 para mais de 130 bilhões de dólares em 2030.
De acordo com um levantamento feito em 2021 por outra empresa americana que atua no setor de tecnologia, a Viavi Solutions, redes comerciais 5G estão disponíveis em 1.336 cidades em 62 países diferentes. O número de assinaturas em todo o mundo ultrapassa 236 milhões e, segundo previsões, deve chegar a três bilhões em 2025.
A velocidade de conexão em redes 5G deverá permitir, por exemplo, que um filme de duas horas seja baixado em um celular em apenas 10 segundos. Além da velocidade, a latência — o tempo entre o envio e o recebimento de uma informação — é de apenas 1 milisegundo nas redes 5G, enquanto nas redes 4G é de 200 milissegundos, em média.
Essa velocidade de conexão abre inúmeras novas possibilidades de consumo de informação em dispositivos móveis, em especial celulares, que já são o modo pelo qual a maioria das pessoas utiliza a internet. De acordo com o IBM Institute for Business Value, que entrevistou, em 2019, mais de 12 mil consumidores em 21 países, as pessoas cada vez mais estão abandonando mídias de legado e adotando mídias digitais, serviços de streaming e utilizando dispositivos móveis para consumir essa informação.