Projeções da consultoria PwC apontam que o mercado global de jogos deve movimentar 236 bilhões de dólares em 2022, 10% mais do que no ano passado
A indústria de games não sabe o que é crise. Em 2022, esse é um negócio que deve faturar globalmente quase 236 bilhões de dólares, um crescimento de 10% em relação ao ano passado, segundo projeções da consultoria PwC. Esse valor representa seis vezes a receita prevista neste ano pela indústria cinematográfica com a bilheteria em salas de exibição no mundo inteiro (38 bilhões de dólares).
Diferentemente da indústria do cinema, cujo faturamento despencou desde o início da pandemia da covid-19 e que deverá retomar os níveis anterior à crise sanitária somente em 2023, a indústria de games ganhou impulso no período em que as medidas de isolamento obrigaram mais pessoas a ficarem dentro de casa. Em 2020, o faturamento do setor cresceu 21%. Em 2021, aumentou mais 9%.
Uma comparação para ter uma ideia de como a indústria de games se descolou da indústria cinematográfica em termos de porte. O filme que mais faturou até hoje, Avatar, lançado em 2009, proporcionou uma receita de 2,9 bilhões de dólares. Já o game mais popular até hoje, Honor of Kings, lançado em 2015, já faturou 13 bilhões de dólares.
Segundo projeções da PwC, até 2026, a indústria de games deverá alcançar um faturamento global de 321 bilhões de dólares. O crescimento deverá ser puxado pelo segmento de game social — que permite a participação de vários jogadores ao mesmo tempo, seja cooperando, seja competindo uns contra os outros. Somente esse tipo de game deve gerar uma receita de 167 bilhões de dólares neste ano no mundo.

Dois países lideram o mercado global de games: a China, com um faturamento de 49,3 bilhões de dólares no ano passado, seguida de perto pelos Estados Unidos, com um faturamento de 47,3 bilhões de dólares, de acordo com os dados da Newzoo, empresa de pesquisa especializada no setor. O Brasil está em 10º lugar no ranking global, com um faturamento de 2,5 bilhões de dólares.

Embora esteja distante dos líderes globais, o Brasil também tem realizado esforços para ampliar sua participação nesse bilionário negócio. Dados divulgados em julho pela Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais) mostram que existem atualmente no país 1.009 estúdios de desenvolvimento de jogos, um salto de 169% nos últimos quatro anos, quando o país abrigava 375 empresas desse tipo.
A pesquisa revelou que a região Sudeste ainda concentra mais da metade dos estúdios de desenvolvimento de jogos (57%), seguido do Sul (21%), Nordeste (14%), Centro-Oeste (6%) e Norte (3%).
