Vendido em diversos países, o hatch da Ford é bom exemplo das diferenças de custos entre os mercados mundiais.
São vários os fatores levados em conta para decidir o preço de um carro. Neste cálculo, um dos maiores vilões apontados pela indústria é a carga tributária. Segundo a Anfavea, temos o maior impacto tributário no preço ao consumidor: 30,2%, contra 5,7% nos EUA. Segundo Letícia Costa, diretora de pós-graduação do Insper e especialista no setor automotivo, outros fortes determinantes são câmbio e escala produtiva. “Se eu produzo 200 mil unidades aqui e a China faz 2 milhões, por exemplo, eles vão ter uma vantagem de escala”, diz Costa. Esse é um dos fatores que leva o New Fiesta oriental ter o menor preço de nossa tabela. Além disso, o valor do yuan (moeda do país) é controlado pelo estado, portanto não opera com câmbio volátil. Para a especialista, o primeiro passo para um preço mais justo no Brasil é reduzir a carga tributária. “O segundo elemento é ter maior competitividade, porque na medida que você tem mais concorrentes, fica mais difícil repassar o aumento de custo em preço ao consumidor”, afirma Costa.
Fonte: Revista por Demanda – 01/03/2014