07/07/2020
Webinar promove debate sobre ações da academia e da sociedade civil para minimizar os efeitos do novo coronavírus sobre populações vulneráveis
MATÉRIA| CONTEÚDO SOBRE A PANDEMIA DE COVID-19 |ACESSE A PÁGINA ESPECIAL
No dia 6 de julho, realizamos o webinar Medidas para mitigar os impactos da pandemia em populações vulneráveis. O encontro virtual reuniu Adriana Leiras, professora da PUC-Rio, André Duarte, professor e pesquisador do Insper, Chris Mejía, Research Scientist no MIT, Eliana Silva, diretora da ONG Redes da Maré, e Vinicius Picanço, professor do Insper, em debate sobre as principais ações para mitigar o impacto da pandemia em regiões de extrema vulnerabilidade, com destaque para estratégias e respostas eficazes.
Mediado por Vinícius Picanço, o webinar foi iniciado com a participação de Chris Mejía, que abordou a atuação do Centro de Transporte e Logística do MIT dentro da MIT Scale Latin America Network, rede com a missão de liderar pesquisas de impacto, aplicadas e relevantes nas áreas de logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos para a América Latina.
“Estabelecemos uma agenda de pesquisa de 2020 a 2022 com o objetivo de colaborarmos com a elaboração de políticas públicas relacionadas à logística, incluindo, por exemplo, tecnologias orientadas a dados na gestão de cadeias de suprimentos (supply chain management – SCM), logística humanitária e operações de socorro e análise de SCM nas áreas de alimentos e agronegócios”.
Eliana Silva seguiu com análise sobre as principais necessidades das comunidades neste contexto de pandemia e como elas estão se articulando para atendê-las. “As necessidades estão relacionadas a determinados direitos negligenciados para essas populações. Em momento de pandemia, esses problemas, que já fazem parte da vida das pessoas, ficam ainda mais escancarados.”
A diretora da ONG Redes da Maré abordou a campanha Maré diz não ao coronavírus, que envolve ações emergenciais como distribuição de cestas de alimentos e kits de higiene, atendimento a população de rua e apoio ao trabalho de mulheres na produção das refeições e de máscaras, além de frente de comunicação para trabalhar com a população o que a ciência vêm dizendo sobre a pandemia e uma frente de saúde para promover doações de EPIs para as clínicas.
Adriana Leiras falou sobre o que é logística humanitária e como a aplicação desse conceito ajuda a combater a pandemia em comunidades. “Essa linha de pesquisa surgiu em 2004 por conta do tsunami asiático, no qual ficou evidenciada a necessidade de maior ciência na gestão de operações em desastres. Ela trata sobre o processo de planejar, controlar e programar estoques de mercadorias de forma eficiente e informações correlatas com o objetivo de atender propósitos beneficentes”.
A associação ao projeto Rio Contra Corona, iniciativa gerida pelo Banco da Providência, Instituto Ekloos e Instituto Phi, surgida das articulações do movimento União Rio e que está com diversas frentes para minimizar os impactos do vírus, foi explicada por Adriana. “Oferecemos, inicialmente, a realização de relatórios para a iniciativa mostrar às pessoas que as doações estão sendo usadas de forma eficiente e que são necessárias. Isso virou um estudo maior, com coleta de dados com os beneficiários e organizações para gerar uma modelagem, medir o impacto da iniciativa e mostrar a importância dele continuar”.
André Duarte trabalhou os conceitos de pântanos e desertos alimentares e a dificuldade de levar alimentos de qualidade para as regiões mais carentes. “Desertos alimentares são locais onde o acesso a alimentos in natura ou minimamente processados é escasso ou impossível. Pântanos alimentares são locais em que se predomina a venda de produtos altamente calóricos com poucos nutrientes, como redes de fast food e lojas de conveniência. E boa parte das favelas brasileiras podem ser consideradas ‘desertos’ ou ‘pântanos alimentares’, o que está relacionado a problemas nutricionais para as pessoas que ali vivem, como altas taxas de obesidade, desnutrição, carência de vitaminas e minerais”.
Na sequência, André falou sobre o Projeto Campo Favela, iniciativa que lidera em conjunto com Lars Sanches, Adalto Barbaceia Gonçalves, Carla Ramos e Giuliana Isabella, professores do Insper, e que ajuda a conectar a produção de pequenos agricultores com favelas de São Paulo que sofrem com a falta de alimentos por conta da queda de renda e isolamento social. Entre abril e junho, foram entregues 367,2 toneladas de alimentos, beneficiando 29,2 mil famílias de 11 comunidades, além de 1.350 pequenos produtores agrícolas região de Piedade e da Coopafasp do Vale do Ribeira.
O webinar foi finalizado com uma sessão de respostas às perguntas dos espectadores.
Assista à integra:
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