Especialistas entrevistados pelo DCI estimam que a economia brasileira tenha apresentado estagnação no terceiro trimestre deste ano em comparação com o período imediatamente anterior.
Na avaliação do professor do MBA Executivo em Finanças do Insper, Otto Nogami, se houver uma elevação será “bem pequena”. “Isso porque nessa fase se inicia o período de compras para o final do ano, o que favorece segmentos como a indústria de papel e papelão“, explica. Contudo segundo ele, setores como de bens duráveis estarão estagnados em virtude do nível do endividamento das famílias.
Por meio de nota, o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, afirma que por causa da fraca recuperação da atividade econômica e à herança estatística desfavorável, projeta estagnação no Produto Interno Bruto (PIB) entre julho e setembro.
“Ainda que na comparação com junho tenhamos observado uma recuperação disseminada da atividade, o crescimento dos indicadores tem sido em geral insuficiente para reverter a queda naquele mês. Por exemplo, as vendas no varejo subiram 0,8% em julho, não se recuperando da queda de 3,4% de junho”, entende.
Setores
O economista chefe da Austin Rating, Allex Agostini, comenta que diferentemente do que vinha ocorrendo no começo do ano, agronegócio não deve ajudar o PIB no segundo semestre, em vista da queda nos preços de commodities e pelos efeitos climáticos diferentes em todo o País. “O destaque será serviços, puxado por instituições financeiras, com estímulo ao crédito anunciado pelo governo [em agosto]”, diz. No primeiro semestre, o PIB avançou 0,5% ante igual período de 2013, principalmente por conta da Agropecuária – avanço de 1,2%.
Eleições
Os especialistas são unânimes em dizer que ajustes para alavancar o crescimento deverão ser feitos independentemente de quem for eleito presidente – Dilma Rousseff, pelo PT, ou Aécio Neves, pelo PSDB.
Para Agostini, porém, a tendência é que com a Dilma sejam mantidas medidas pontuais, como a desoneração da folha de pagamento, visando aumentar o emprego.
“O problema é que não haverá retorno do empresariado e as contas públicas ficarão comprometidas [menor arrecadação]. Já o Aécio promete medidas mais duras, como reduzir o número de ministério e ajustes de preços. Os efeitos não serão sentidos no primeiro momento, demoram seis meses para impactar a economia, mas resultarão em crescimento mais sustentável”, avalia.
Fonte: DCI – 07/10/2014.