O economista Marcos Lisboa, ex-secretário de Política Econômica do governo Lula, está convencido de que o próximo presidente da República, seja quem for o vencedor, terá que fortalecer o Estado, mas enfraquecer o governo, que, nos últimos anos, tornou-se extremamente intervencionista. “Essa postura governamental foi um retrocesso, que tirou um bem precioso, a previsibilidade”, diz.
BC e Receita são exemplos
Para Marcos Lisboa, o futuro presidente terá que fortalecer o corpo técnico, sobretudo das agências reguladoras, totalmente politizadas e esvaziadas. Da atual estrutura do governo Dilma, ele reconhece que o Banco Central, mesmo sendo pressionado por todos os lados, conseguiu bons resultados, ao executar, de forma técnica, sua missão. O mesmo ocorre na Receita Federal, que impede a nomeação de pessoas de fora do quadro se servidores.
Previsibilidade e investimentos
Na avaliação de Lisboa, hoje professor do Insper, o governo deveria implantar um sistema de gestão por resultados. “O Banco Central, por exemplo, é obrigado a divulgar uma carta à nação, caso não cumpra o compromisso de manter a inflação dentro das metas”, ressalta.
Ele acredita que, com metas a cumprir, o setor público dará, novamente, previsibilidade à economia, fator essencial para estimular os investimentos produtivos, de secaram por causa do excesso de intervencionismo do governo. “É visível, hoje, que, onde o governo se meteu, tudo deu errado”, conclui.
Fonte: Correio Braziliense – 23/08/2014