11/07/2016
Descubra quais são os obstáculos e as vantagens dessa experiência de acordo com quem fez as malas e foi morar longe de casa
Estudar em uma grande metrópole do Brasil, como São Paulo ou Rio de Janeiro, é uma experiência única. É nelas que, em geral, estão as melhores oportunidades para seguir adiante na carreira escolhida, já que as grandes cidades concentram a maioria das principais empresas do país. Para quem mora em cidades menores, entretanto, essa aventura pode ser um tanto assustadora à primeira vista.
Para ajudá-lo a encarar sem medo o desafio de estudar longe de casa, o Insper conversou com profissionais, alunos e pais de estudantes que viveram – e ainda vivem – tal experiência. De dicas para superar a saudade da família até recomendações para se adaptar à rotina “do lar”, confira um pequeno dossiê para se dar bem profissional e pessoalmente em uma nova cidade. Veja no vídeo abaixo:
Problemas primários
Tomar a decisão de fazer faculdade em outra cidade é fácil. Difícil mesmo é encarar na prática esse desafio. Mas você não precisa entrar em pânico e desistir diante do primeiro obstáculo. Mesmo porque a parte mais complexa da experiência costuma ser o primeiro semestre. Ou melhor, os primeiros três meses. Isso porque você deve se acostumar com a ideia de que estará vivendo por conta própria e terá que se comprometer não só com os estudos, mas também com a organização, por exemplo, da residência em que estiver morando.
“A princípio, morar longe de casa sempre parece uma desvantagem. Você tem que aprender a fazer comida, ir ao supermercado e cuidar de suas tarefas. No começo é ruim, mas com o tempo você se acostuma com a rotina, começa a ganhar liberdade e passa a estar preparado para viver de forma independente”, diz Hugo Felix Oliveira, que saiu de Uberlândia (MG) para estudar engenharia mecatrônica no Insper.
Existem também pequenas questões que podem incomodar, como a temperatura e a comida típica local. Quem mora em Minas Gerais, por exemplo, tende a achar que o inverno paulista é rigoroso. “É complicado se adaptar à realidade de uma nova cidade. Mas nesse momento de vida dos alunos, a curiosidade e a vontade de tentar acabam superando esses problemas”, afirma Wellington Marinho, professor de matemática do Colégio Anglo-Brasileiro de Salvador (BA). “Eu não tenho nenhum relato de estudantes que não tenham gostado de morar em outra cidade”.
Outros pontos que valem ser levados em consideração antes de se mudar para longe de casa são: ver como é o trânsito da cidade, tentar encontrar um lugar para morar próximo à faculdade, e ainda pesquisar sobre o custo de vida da região. Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília são as cidades brasileiras mais caras para se viver, segundo o site comparativo Expatistan.
Supere a distância
Talvez uma das maiores barreiras na hora de aceitar o desafio de estudar em outra cidade é ter que se distanciar fisicamente da família e dos amigos. Caroline Sedrez Celich saiu da pequena cidade de Erechim (RS) para estudar economia e administração (dupla titulação) no Insper. Há três anos e meio em São Paulo, ela sente falta, sobretudo, de passar os domingos em família. “Eu até curtia ir para baladas no sábado, mas no dia seguinte acordava cedo para tomar chimarrão com eles. Era sagrado. E sinto bastante a falta disso por aqui”, conta.
Do outro lado da moeda, os pais também lamentam a ausência dos filhos, mas a vontade de vê-los crescer fala mais alto. Christina Felix, mãe do Hugo, afirma que o papel dos pais é abraçar os sonhos de sua “prole”. “Meu filho não estava feliz com a engenharia que cursava em Minas, então coube a mim apoiá-lo em sua decisão”, diz. “Nós temos os filhos para o mundo. Quando são bem criados, não importa se eles estão embaixo de nossas asas ou longe delas. É preciso que eles trilhem o próprio caminho para ir longe. Só precisamos dar a segurança para que sigam em frente da melhor maneira possível”, completa.
Para superar a saudades de casa, tanto Caroline quanto Hugo não abrem mão das redes sociais e do telefone. “Por causa da rotina corrida na semana, acabo deixando de conversar com meus pais diariamente, mas tento entrar em contato a cada dois dias. É a aproximação de sempre, mas que não ocorre mais no almoço ou jantar”, comenta o estudante de engenharia mecatrônica. Já as visitas acabam rolando uma ou duas vezes por semestre, sempre no final do curso ou em feriados prolongados.
Enxergue as vantagens
Morar em outra cidade não é apenas superar obstáculos. Na verdade, existem várias vantagens ao longo desse caminho. Por exemplo, a experiência de vida conta muito durante uma entrevista de emprego. “A maturidade adquirida ao viver em outro lugar só vai complementar o profissional que você se tornará no futuro. É um desafio sair da zona de conforto, e as empresas admiram isso. Quem encara isso está, de alguma forma, treinando para os próximos anos”, revela Ana Carolina Oliveira de Souza, analista de comunicação e engajamento do Insper.
E se a família e os amigos estão longe, vale saber que morar em uma nova cidade significa fazer novos vínculos. Geralmente, as próprias faculdades possuem eventos para os iniciantes interagirem com os veteranos. “Quando cheguei a São Paulo, não conhecia ninguém. Na primeira semana, participei de uma integração com ações solidárias. E ainda tive o apoio das entidades estudantis. Tudo isso me ajudou muito a fazer amigos e não me sentir totalmente perdida”, lembra Caroline.
Para que os alunos se sintam em casa, o Insper promove diversas ações. A primeira semana é dedicada para dar as boas-vindas à nova turma. Já quem tiver dúvidas pode recorrer ao MultiInsper, que promete auxiliar em questões que vão desde gerenciar os estudos até a nova rotina. “Também incentivamos os projetos organizados por alunos, como o ‘Adote uma raposa’, que faz uma brincadeira com o animal que é nosso mascote. Ele disponibiliza um veterano para estar próximo a um calouro durante o primeiro semestre inteiro e, a partir daí, fazer uma série de atividades tanto dentro quanto fora da faculdade”, conta Ana Carolina.
Estudar longe de casa pode não ser uma escolha fácil. Porém, optar por uma faculdade só porque ela fica perto de onde você mora é uma escolha indevida. Não pense apenas no regional. Veja as opções pelo Brasil e se matricule na instituição mais conceituada para seu curso, independentemente de onde ela esteja. O seu futuro agradece.
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