01/07/2020
Saiba mais sobre a importância de aprofundar conhecimentos sobre esses temas, ainda mais neste período de transformações
Atualmente, a forma linear de produção e os hábitos de consumo nos levam a criar produtos de pequena vida útil e que são pouco utilizados, levando a desperdícios sistêmicos. Como alguns exemplos, temos os carros, que passam grande parte do seu tempo estacionados, ou embalagens plásticas, que são projetadas para apenas um ciclo de uso.
A necessidade de se evitar esses desperdícios se torna ainda mais evidente neste período de pandemia, tempo de transformações no qual a reconstrução econômica global apresenta diversos desafios e pede soluções novas, eficientes e que consigam causar impacto positivo para o máximo de stakeholders.
Economia Circular
Nesse contexto, a Economia Circular se apresenta como uma forma de repensar as dinâmicas econômicas, com o objetivo de reutilizar materiais e produtos ao máximo, com o mínimo de desperdício e respeitando seus ciclos naturais.
“As lentes da economia circular nos permitem sistematicamente identificar esses desperdícios e ineficiências e implementar formas mais efetivas para entregar produtos e serviços”, explica Daniel Guzzo, professor dos cursos Economia Circular: novos paradigmas de consumo e produção e Pensamento Sistêmico para Tempos de Transformação.
Para Vinícius Picanço, também professor em ambos os cursos, a Economia Circular se configura como um dos principais frameworks de sustentabilidade sobre o qual a economia global pode ser reconstruída.
“Exemplos disso seriam o novo Green Deal anunciado amplamente pela União Europeia, em que um plano de recuperação para o bloco é amplamente construído nos princípios da Economia Circular, e o anúncio de Amsterdam como uma das primeiras cidades a adotar estratégias circulares amplas dentro do doughnut model ou doughtnut economy, no qual a economia opera dentro de limites ambientais e sociais bem definidos”, destaca Vinícius.
Além disso, a Economia Circular preconiza uma série de práticas, princípios e processos que ajudam a repensar sistemas complexos e que foram fragilizados pela crise, como alimentos, equipamentos médicos, transporte e outros suprimentos críticos.
“Em alimentos, é possível ver um aumento da disseminação e estímulo a investimentos de larga escala em práticas regenerativas, peri-urbanas e focadas em agricultura de precisão. No mundo de equipamentos médicos, inicia-se uma disseminação de mecanismos de manutenção/reparo e serviços, acelerados pelos picos de demanda durante a pandemia. Já em transportes e cadeias de suprimentos, vê-se uma adoção intensa de soluções digitais e mecanismos para testar e controlar a resiliência de cadeias utilizando fluxos circulares como minimizador de riscos e maximizador de flexibilidade”, observa.
Segundo Daniel, o desafio real está em identificar como essas estratégias podem ser implementadas em face aos modelos de negócio atuais para resolver os desafios de sustentabilidade. No entanto, existem grandes oportunidades se este for o trajeto optado pelas instituições. “Neste momento atual de desaceleração da economia, temos grandes estoques de produtos e pessoas ociosas. Uma retomada centrada nos princípios da Economia Circular nos redirecionará para uma realidade onde os serviços serão essenciais para aumentar a utilização e a vida dos recursos, gerando empregos, bem-estar e um sistema econômico mais resiliente.”
Pensamento Sistêmico
Já o pensamento sistêmico traz uma série de ferramentas para lidarmos com problemas complexos, cujas causas são difusas e para os quais não existe uma “bala de prata” ou solução pronta.
Vinícius analisa que o período de pandemia trouxe grande dilemas e reflexões para a população como um todo, evidenciando que nossos sistemas estão interligados e reforçando a relevância de se estudar o pensamento sistêmico.
“Seja para entender as causas de problemas complexos ou para pensar possíveis formas de alavancagem e intervenções nesses problemas, o pensamento sistêmico nos traz ferramentas para lidar com uma crescente onda de problemas que desafiam a nossa lógica linear”, diz Vinícius.
A habilidade de conseguir mapear os desafios à nossa volta, entender as relações de causa e efeito de um problema e verificar pontos de intervenções que possam nos levar a realidades desejáveis tem enorme valor, ainda mais neste período de crise, de acordo com Daniel.
“Essa capacidade irá ajudar a evitar gastar grandes esforços e recursos ao atacar somente os efeitos dos problemas, ou ainda evitar que as soluções de hoje nos prendam em situações ainda piores amanhã. Dessa forma, pensar sistemicamente pode desde nos ajudar a entender quais aspectos são importantes para serem controlados na difusão da pandemia, bem como identificar pontos de contenção para o desafio econômico subsequente e alavancas para a posterior retomada”, explica.
Cursos | Insper Live Learning
Realizados online, os cursos Economia Circular: novos paradigmas de consumo e produção e Pensamento Sistêmico em Tempos de Transformação utilizam um projeto aplicado com foco em problemas sistêmicos e reais, por meio do qual os alunos têm a possibilidade de refletir e aplicar conceitos fundamentais, receber feedback de colegas e dos professores e também tangibilizar e materializar sua jornada de aprendizado.
“Além disso, os cursos utilizam a experiência interdisciplinar em Administração, Economia, Engenharias e Políticas Públicas que o Insper preconiza. Eles são baseados em uma coletânea de teorias, métodos e ferramentas de ponta, amplamente discutidas e aplicadas pelos principais atores públicos e privados que trabalham com os temas de Economia Circular e Pensamento Sistêmico no Brasil e no mundo. O aluno terá uma visão abrangente, integrada e multidisciplinar sobre os temas”, ressalta Vinícius.
Daniel sintetiza o foco dos debates propostos em cada um dos cursos. “No de Economia Circular, discutiremos com foco no Brasil, construindo em cima do estado da arte de estudos focados na Europa, América do Norte e Ásia. No de Pensamento Sistêmico, começaremos discutindo um problema de forma mais abrangente para, a partir da articulação e entendimento de sua estrutura, formular soluções pontuais com alto potencial de levar a uma realidade desejada.”
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Economia Circular: Novos paradigmas de consumo e produção
Pensamento Sistêmico em Tempos de Transformação