Imediatismo costuma ser uma característica dos jovens brasileiros que não pensam no futuro. Planejar a aposentadoria então passa longe dos planos desse grupo que tem até preconceito com o tema. Mas especialistas garantem que quanto mais cedo começar a poupar para a aposentadoria melhor e menor o esforço. Isso por não ser preciso poupar um valor tão alto ao mês.
“O jovem deve começar a pensar no seu futuro financeiro a partir do momento que receba o primeiro salário ou a primeira mesada. É a lógica financeira, quanto mais cedo ele começar a poupar, mais dinheiro ele irá acumular no futuro”, ensina o diretor-Geral da Valorize Consultoria Empresarial, José Maria Porto. Adianta que a ideia é se apropriar dos juros compostos da aplicação financeira para fazer crescer o valor poupado.
A disciplina e força de vontade são os outros fatores considerados fundamentais. “Para se ter ideia um jovem de 18 anos que começou a trabalhar como estagiário e aplicou R$ 30 por mês na caderneta de poupança, terá aos 50 anos de idade R$41.416,89. É lógico que esse valor vai pode ser bem maior, considerando que a sua renda vai aumentar e as aplicações mensais poderão ser maiores que o valor inicial”, comenta.
O coordenador do Laboratório de Finanças do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Michael Viriato, aconselha o jovem a começar aplicando no Tesouro Direto (TD) que aceita valores baixos. “Ele pode comprar títulos de longo prazo sem se preocupar com oscilações porque elas trabalham a seu favor”, observa. Considera interessante também os planos Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) porque exige disciplina. Destaca, porém, que é preciso pesquisar para encontrar os que não têm taxas de carregamento e de administração mais baixas. “Se não conseguir deve ir direto para os títulos de longo prazo do TD”.
Porto e Viriato concordam com o percentual de 10% para investir em aposentadoria. Dizem ainda que o dinheiro da poupança (investimento) deve ser utilizado só em último caso. Porto acrescenta que é interessante ter mais de um “cofrinho”. “Por exemplo, um para a aposentadoria (não pode mexer) e outro para a realização de algum sonho, como uma viagem, compra de um carro, de um imóvel, estudos ou algum outro desejo”, afirma o economista.
Controle
“O jovem deve controlar os gastos e fugir do endividamento no cheque especial e cartão de crédito no início da vida profissional. Esses são instrumentos não devem ser usados de forma oportunista e descontrolada”, avalia.
Investir em ações, na opinião de alguns especialistas, seria uma boa opção para os jovens em torno dos 20 anos.
O professor André Saito, por exemplo, diz que a juventude é uma fase de formação e ampliação de patrimônio.
Já o consultor financeiro do Centro de Estudos e Formação de Patrimônio Calil & Calil, Mauro Calil, lembra que no longo prazo os mais novos têm mais tempo para se recuperar quando as ações caírem muito.
José Maria Porto observa que todas as aplicações financeiras que existentes podem ser facilmente utilizadas pelos jovens. “Tudo vai depender do quanto ele pretende aplicar mensalmente”.
Fonte: O Povo Online – 30/09/2014.