As mudanças cada vez mais rápidas na sociedade exigem que as empresas se adaptem tão rapidamente quanto. A gestão também precisa se adequar a este novo perfil do mercado, que traz consumidores mais exigentes e profissionais cada vez mais ligados a visão e valores das companhias.
Esse é o tema do livro A Nova Geração de CEOs, organizado por Jair Ribeiro, Giuliana Napolitano, Celso Loducca e Pierre Moreau, lançado durante evento de mesmo nome realizado no Insper. No encontro, André Dorf, presidente da CPFL Energia, Paulo Veras, fundador da 99 Táxi, e Fábio Barbosa, ex-presidente dos bancos Real e Santander, debateram o que as empresas e seus presidentes estão fazendo para se ajustar a esse novo cenário.
Entre os especialistas é unânime que o perfil dos novos líderes requer novas habilidades, que incluem alto nível de inteligência emocional, espírito empreendedor, tomada rápida de decisões, pensamento crítico e inovador. “Tenho hoje um papel de facilitador, auxiliando minha equipe a encontrar os caminhos certos, e não mais o do que detém uma resposta definitiva”, avalia Veras.
Para Barbosa a máxima “manda quem pode, obedece quem tem juízo” não funciona mais. “Antes a liderança era autoritária, hoje você tem que envolver, trabalhar em rede, engajar”, explica. Na avaliação do executivo, a visão e perfil da nova geração de líderes está mais alinhada com os atuais valores da sociedade. “Essa é uma geração em busca de significado e identificação, essa visão influencia na conduta ética das empresas e na qualidade dos produtos, diferente da visão monetarista que víamos anteriormente”, conclui.
Lidar com os diferentes públicos internos também é um desafio nesse cenário. Para Dorf, quem está chegando está mais preparado e mais comprometido com a empresa, porém, desde que tenha valores em comum. “Para que o encontro entre empresa e profissional aconteça é preciso que ele se identifique com o propósito, com a forma de trabalhar e com a visão e valores da companhia”, destaca.
A velocidade em que as decisões precisam ser tomadas nos negócios, em um mundo cada vez mais digital e conectado, também impacta no perfil desse novo líder. “Hoje busca-se um modelo mais dinâmico de gestão, em que se usa mais tempo testando as hipóteses do que produzindo estratégias”, explica Veras. “Com esquadrões multidisciplinares e gestão mais rápida é possível resolver mais problemas em menos tempo, que é uma forma de trabalho parecida com o de empresas como Google e Apple”, conclui o fundador da 99 Táxi.