Orientações flexibilizam conteúdo a ser oferecido, colocam foco nas competências que devem ser desenvolvidas e exigem processo de gestão da aprendizagem, entre outros aspectos. Saiba mais detalhes.
O Conselho Nacional de Educação (CNE) do Ministério da Educação (MEC) aprovou, no dia 10 de julho, as novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de bacharelado em Administração, fruto de trabalho em conjunto de conselheiros do CNE e membros do Conselho Federal de Administração (CFA) e da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad). O professor Irineu Gianesi, diretor de Assuntos Acadêmicos do Insper, coordenou o processo de revisão das diretrizes pela Angrad.
O texto foi aprovado por unanimidade e, agora, aguarda a homologação pelo Ministério da Educação. As Instituições de Ensino Superior (IES) terão até três anos para se adaptarem às novas regras, a contar da publicação das novas DCNs, que seguem princípios similares às recentes diretrizes de outras áreas, como a de Engenharia.
“O primeiro elemento fundamental trazido pelas novas Diretrizes é a flexibilidade. São menos assertivas em relação a estabelecer qual conteúdo as instituições devem oferecer aos alunos. Elas colocam foco nas competências que devem ser desenvolvidas, estabelecendo algumas fundamentais e passando, às instituições, a liberdade de adicionar outras em função da especificidade de seu curso. Ou seja, o compromisso não tem que ser em relação a só transmitir um conhecimento ou conteúdo, e sim desenvolver habilidades de aplicar o conteúdo em diferentes contextos. Cabe às instituições definir e explicar à sociedade, por meio de seus projetos pedagógicos, como será o processo de formação que leve ao desenvolvimento das competências”, explica Irineu.
Na medida em que coloca foco no resultado, as novas DCNs para Administração trazem às instituições a necessidade de implementar um processo de gestão da aprendizagem. “Dado que existem determinados objetivos em termos de competências, é necessário ser capaz de avaliar se os egressos efetivamente as desenvolveram para, em função dessa medição, fechar um ciclo e gerar intervenções nas experiências de aprendizagem de forma a garantir que, continuamente, o curso chegue cada vez mais próximo desses objetivos”.
Além disso, de acordo com Irineu, as novas DCNs apontam uma maior preocupação com a formação pedagógica do corpo docente. “Não basta o professor ter conhecimento sobre o conteúdo. Ele precisa ser hábil para fazer a mediação do processo de ensino/aprendizagem com sucesso, e as instituições precisam ter a preocupação de capacitá-los nesse sentido. Desenvolver competências nos alunos pode requerer a requalificação de docentes, em aspectos pedagógicos”.
Como as instituições terão três anos após a homologação das novas DCNs para se adaptarem, os primeiros alunos que possivelmente vão ser resultado dessa transformação das instituições serão os formados daqui a sete ou oito anos. “Portanto, foi preciso olhar para um cenário futuro de 10 a 15 anos, pensando como será o mercado de trabalho e como iniciar a transformação das instituições de ensino que vão formar alunos para atuar nesse futuro, com destaque para competências como habilidade analítica, pensamento computacional, habilidade de aprender a aprender e como trabalhar em equipe, fundamentais tanto para o administrador nos dias de hoje como para que ele possa, continuamente, se adaptar a condições futuras”.
Para Guilherme Martins, Diretor da Graduação do Insper, o curso de Administração de nossa escola se antecipa a diversos princípios trazidos pelas novas DCNs. “Nós temos o cuidado de atualizarmos o nosso curso de forma contínua, sempre atentos ao mercado para desenvolvermos as competências essenciais ao gestor. As novas DCNs convergem muito bem com o perfil do nosso currículo”. Além disso, destaca Irineu, “temos um processo já bem maduro de gestão da aprendizagem e estamos na ponta em termos de desenvolvimento do corpo docente”.
Ainda em relação às novas diretrizes, Guilherme ressalta dois pontos do curso de Administração que podem ser aprimorados ainda mais. “Hoje, os alunos já aprendem a programar em mais de uma linguagem, porém seguiremos avançando na expansão do pensamento computacional e da prontidão tecnológica dentro do curso. Além disso, buscamos, cada vez mais, estruturar nosso currículo e as dinâmicas para que o aluno tenha absorvido bem o objetivo de aprendizado de cada disciplina, mas que também saiba aprender de forma autônoma. Nossas Engenharias nasceram assim e queremos trazer cada vez mais essa abordagem para o curso de Administração”.
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