A crise econômica não deve ser enfrentada apenas sob a ótica do pessimismo. Para quem deseja empreender mesmo durante a retração, é possível preencher lacunas deixadas pelo período em uma parcela da população que deseja consumir. O Estadão PME conversou com o professor e especialista em empreendedorismo pelo Insper Marcelo Nakagawa e lista, a seguir quais tipos de negócios podem ser certeiros neste momento.
À frente de qualquer tendência e, nascida em um momento de crise, a economia compartilhada, com empresas como Uber e AirBnB. “Os jovens, principalmente, estão preferindo ter acesso a ter a posse de um bem, principalmente se for novo”, analisa Nakagawa. “Assim, crescem as oportunidades de negócios que dão acesso a itens, como o JáEnjoei, de comércio de itens usados e a Vitacon, construtora que privilegia a economia compartilhada”, pontua o especialista.
O modelo pode ser rentável em seu formato tradicional, como algumas marcas conhecidas de produtos de beleza que vendem porta-a-porta, até franquias nos mais diversos setores que propõem esse tipo de modelo.
O modelo pode ser rentável em seu formato tradicional, como algumas marcas conhecidas de produtos de beleza que vendem porta-a-porta, até franquias nos mais diversos setores que propõem esse tipo de modelo.
Os jovens, principalmente, estão preferindo ter acesso a ter a posse de um bem, principalmente se for novo. Assim, crescem as oportunidades de negócios que dão acesso a itens e serviços como Uber e AirBnB.
Serviços como estes, por não dependerem diretamente da volatilidade do câmbio, podem se tornar mais vantajosos do que os internacionais.
Serviços que denotam diferenciação sempre terão demanda pois boa parte dos consumidores querem isso. Há muito espaço para empreender em negócios que gerem exclusividade, mas isso tende a se concentrar em nichos que valorizam como moda, alimentação e entretenimento.
Na crise, os consumidores de alto poder aquisitivo são prejudicados, mas menos do que as classes médias. “O Eataly, de São Paulo, teve que reduzir os preços do almoço, mas continua cheio”, analisa Nakagawa.
Negócios com histórias contadas de forma inspiradora e que enfrentam o comodismo dos concorrentes existentes também tendem a ter muito sucesso no Brasil. “Há um nicho pequeno, mas crescente, de consumidores que estão cansado da hipocrisia do marketing de grandes empresas consolidadas”, analisa Marcelo Nakagawa.
Um pouco menos moderna, a venda direta, ou de porta em porta, também pode despontar neste momento. “É um tipo de negócio que consegue gerar renda para os que perderam os empregos ou que precisam aumentar a receita mensal”, comenta o especialista. Os tradicionais catálogos, neste momento, podem voltar à tona como uma opção de faturamento.
Luxo. Os artigos de alto valor agregado, mesmo que de segunda mão, atendem a um público específico que tem uma demanda de consumo contínua. “Negócios que, aparentemente, oferecem mais vantagens tendem a continuar prosperando. Isto acontece, por exemplo, com alguns outlets e resorts, que se tornaram mais vantajosos do que os mesmo serviços internacionais”, analisa o especialista. Nakagawa reitera que negócios que propiciam algum tipo de exclusividade e diferenciação sempre terão demanda, pois boa parte dos consumidores procuram por isso.
“Há muito espaço para empreender em negócios que gerem exclusividade mas isto tende a se concentrar em nichos que valorizam isto como moda, alimentação e entretenimento”, pondera o professor.
Fonte: Estadão.com – SP – 15/07/2016