Edição 10
Matriarca da família Ermírio de Moraes é a primeira mulher a ser homenageada com o nome em uma sala de aula no Insper
Dona Chiquinha: exemplo de coragem e determinação
Francisca Jesuína Pessoa de Albuquerque Moraes é a primeira mulher a ganhar uma sala de aula com seu nome no Insper. Carinhosamente chamada de Dona Chiquinha, deixou um legado inspirador para sua família e para quem conheceu sua história. Nordestina, mãe de cinco filhos e viúva, ela esteve à frente de engenhos de açúcar, setor dominado por lideranças masculinas, em pleno século XIX. A homenagem é uma forma de lembrar o exemplo de igualdade e diversidade deixado por ela.
“Essa homenagem reflete tudo aquilo que somos e acreditamos. É um momento de imensa alegria para todos nós por reforçar o que tanto buscamos: uma sociedade mais justa”, disse Claudio Haddad, fundador e presidente do Conselho Deliberativo do Insper, durante evento oficial da sala, que aconteceu dia 16 de novembro, com a presença de familiares e convidados.
“Minha bisavó é um exemplo de coragem e determinação. Acredito nesta geração de jovens talentos, inteligentes e que tem vontade de crescer”, destacou Neide Helena de Moraes, bisneta de Dona Chiquinha.
O evento contou com a participação de representantes do coletivo feminista Marianne Ferber, que destacaram o trabalho desenvolvido para promoção de um ambiente de respeito para todas as mulheres na escola. Para Carolina da Costa, vice-presidente da graduação da escola, a história de Dona Chiquinha desperta para a reflexão sobre o que era ser mulher naquele momento, com uma atuação nos negócios e em casa, e estimula o olhar para o debate sobre valores.
“O Insper forma pessoas por meio do exemplo, com ética, responsabilidade e qualidade no ensino. Mesmo em um ambiente com diversidade, os valores têm de ser comuns. Um deles é o senso de devolução, de ajuda mútua, contribuindo para um Brasil diferente”, ressaltou o presidente do Insper, Marcos Lisboa.
Uma das alunas bolsistas, Jaqueline Ferreira Assunção, do 6º semestre de Economia, compartilhou um pouco de sua trajetória até chegar à graduação, como filha de agricultores do interior do Pernambuco que não tiveram acesso ao estudo. “Eu me desenvolvi de uma maneira que nunca poderia imaginar. Aqui no Insper foi possível e tem sido possível conquistar meu sonho”, acredita. “A educação tem um potencial transformador para nós, alunos, e também para toda a sociedade”, concluiu.