O ambiente político menos conturbado e a desaceleração da inflação favoreceram para que as pequenas e médias em presas brasileiras estivessem mais otimistas para o quarto trimestre deste ano.
O lindice de Confiança do Pequeno e Médio Empresário (IC-PMN) calculado pelo Centro de Estudos em Negócios do Insper, com apoio do Santander divulgado ontem avançou 8% na comparação com a pesquisa anterior referente ao terceiro trimestre, ao somar 65,17 pontos.
Na avaliação do professor e pesquisador do Insper, Gin() Olivares, com redução das incertezas sobre a condução econômica do Pais, bem como pelo surgimento de algumas evidências de que o pior momento da recessão teria ficado para trás, deixou o empresário mais confiante para os próximos meses.
“É como se o País tivesse saído do buraco e alcançado a superfície. O IC-PMN está voltando aos patamares do início da série histórica do indicador [2008, quando a crise financeira global foi defiagra-dar, entende o especialista. Contudo, ele comenta que esse resultado não significa uma retornada imediata tanto da economia quanto dos investimentos desses empresários no Brasil. “Do lado político, ainda temo uma tensão, mas a temperatura amenizou. Por dois sCs IC-PMN mede a confiança do empresário de pequenos e médios negócios, com faturamento de até R$ 80 milhões. O indice é trimestral e reflete as perspectivas deste grupo com relação ao futuro da economia, do seu setor e do seu próprio negócio. O indicador foi lançado em 2008 e é organizado pelo Centro de Estudos em Negócios do Insper com o apoio do Santander. Os empresários respondem questões em uma escala de O a 100 pontos, onde 100 é o nivel máximo de confiança. anos, o noticiário foi muito negativo. Como, agora, o clima esfriou um pouco, isso impac-ta na confiança. Mas ainda é apenas uma crença”, explicou o professor ao DCI. Segundo ele, esse cenário pode mudar caso, por exemplo, o ajuste fiscal não seja conduzido e as taxas de juros, como a Selic, não recuem. “Do lado econômico, não ternos, de fato, algum indicador que se recuperou. A indústria foi a única que mostrou sinais positivos, apesar de que na última divulgação revelou queda. E serviços começam a se recuperar. Mas não indicam que teremos uma recuperação exuberante da economia”, aponta. Os dados, recentemente di vulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostraram que a produção industrial recuou 3,8% em agosto ante julho, a maior queda desde janeiro de 2012, e que interrompeu uma sequência de cinco altas seguidas.
Já em julho, conforme última divulgação também do 113-GE, Serviços avançou 0,7% na comparação com junho, com destaque para serviços prestados às famílias (3,2%). Por outro lado, o professor entende que esse crescimento da confiança é condição necessária, embora não suficiente, para a retomada da atividade econômica. O relatório Focus anunciado ontem pelo Banco Central (BC) revela que o mercado financeiro projeta retração de 3,15% para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. E avanço de 1,30% para 2017. Em 2018, somente, haveria uma expansão mais expressiva: a previsão é de um avanço de 2,30%. Componentes De qualquer forma, Gino Olivares, do Insper, destacou a variação positiva de todas as métricas do IC-PMN referente a este trimestre. A expectativa em relação ao faturamento cresceu 9,7% diante do terceiro trimestre. A trajetória de alta também foi verificada nos questionamentos sobre lucro (+10,9%), ramo (+8,4%) e economia (+8,3%). O quesito investimento, que registrou ligeira queda no terceiro trimestre, voltou a subir em 5,3%. O item empregados obteve aumento de 4,5%. Na avaliação regional, o IC-PMN aponta que os empresários do Norte estão mais confiantes para o último trimestre (+11,6%), seguida do Sul (+11,4%), Sudeste (+ 7,8%), Nordeste (+5,6%) e Centro-Oeste (+0,6%).
Entre os setores da economia, os empresários mostraram mais otimismo em relação a Serviços, com 65,29 pontos, aumento de 9,2% na comparação com o trimestre anterior. A expectativa de crescimento também avançou para Indtis-tria (64,57 pontos 8,1%) e o Comércio (65,28 pontos), que seguiu a trajetória de alta dos meses anteriores, com um avanço de 7,3%. Os dados do IC-PMN foram obtidos por meio de entrevistas telefônicas com 1.262 empresários de todo o Pais.
Fonte: DCI – SP / ECONOMIA – 11/10/2016