04/05/2022
O ensino voltado para uma formação completa, multidisciplinar e antenado com as demandas do mercado ajuda a identificar e estimular talentos em negócios
Tiago Cordeiro
Como se forma um empreendedor? Aliás, como se descobrem jovens com perfil para liderar iniciativas de sucesso? A experiência de formação profissional do Insper pode contribuir com respostas a essas perguntas. Afinal, desde o início de 2021, pelo menos 33 startups, fundadas ou cofundadas por ex-alunos da instituição e com atuação nos mais diversos setores da economia, captaram expressivos 4 bilhões de reais. A lista inclui cases de sucesso reconhecidos em suas áreas, com a fintech Conta Simples, a healthtech Alice, a empresa de gestão de benefícios Caju e a startup de assinatura de bicicletas elétricas E-Moving.
“Existe um movimento geral de incentivo ao crescimento do ecossistema de startups”, afirma David Kallás, professor do Insper e vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac). “Mas também uma orientação da escola em não apenas ensinar administração e gestão para quem pretende atuar em grandes empresas. Queremos despertar o espírito empreendedor, em sala de aula e por meio de uma série de atividades.”
Kallás lembra que os talentos que formam um empreendedor de sucesso são variados. “Para você virar empreendedor, precisa de uma formação completa. E é isso que tentamos proporcionar aos nossos alunos: uma combinação de conhecimentos em planejamento financeiro, estratégia e questões legais. Para alcançar o padrão de captações dessas startups, certamente esses empresários têm bons conhecimentos nessas áreas, além da capacidade de trabalhar em equipe, entre outros atributos.”
Em sala de aula, o estímulo a desenvolver projetos de acordo com as necessidades e as dores do mercado leva muitos alunos a começar a desenhar startups próprias logo nos primeiros semestres de seus cursos. A interação entre diferentes áreas, por sua vez, contribui para que o espírito empreendedor alcance os mais variados cursos fornecidos pela instituição, inclusive os mais recentes, como Direito e Ciência da Computação. “O ambiente da escola é aberto à inovação”, diz Kallás.
À medida que veem despertadas, ou incentivadas, suas qualidades empreendedoras, os alunos encontram estruturas, dentro da escola, preparadas para reforçar vínculos com outros alunos, com professores e também com líderes do mercado. Por exemplo, fundadores de startups influentes e com registro de captações de grande porte passaram, em algum momento, pela Liga de Empreendedores do Insper, um espaço para compartilhamento de experiências.
O Insper também estimula os estudantes a participar de competições, nacionais e internacionais — é o caso de Matheus Dias Marotzke, cofundador da startup Klubi, que cursou Engenharia no Insper e participou do time que venceu, em 2017, a competição mundial de inovação aberta L’Oréal Brandstorm. Aliás, ele conheceu um dos seus principais investidores e mentores, Paulo Veras, do aplicativo de transportes 99, durante um tour pelo próprio Insper.
A instituição mantém também o Hub de Inovação Paulo Cunha, cujo objetivo é contribuir para o desenvolvimento de soluções inovadoras que resolvam problemas reais das organizações e da sociedade e, recentemente, deu início a um novo ciclo de gestão. As atividades do hub são estruturadas em três pilares: o Hub.i9 (um canal que reúne webséries, matérias, vídeos e podcasts sobre o tema inovação e empreendedorismo), a inovação desenvolvida com parceiros e o Centro de Empreendedorismo (CEMP).
O CEMP mantém uma estrutura fixa, capaz de atender a um programa de empresas residentes — em dezembro passado, 33 iniciativas deram entrada no local. Elas têm acesso ao espaço do Hub de Inovação, ao FabLab, aos laboratórios de Desenvolvimento Ágil, ao UX, a supercomputadores e games, além da Sala de Experiências de Usabilidade.
O programa de residentes permite que empresas compostas por alunos ou alumni sem um lugar fixo de trabalho, ou que estão em fase de desenvolvimento inicial de seu negócio, possam utilizar o espaço do Hub de Inovação e demais instalações e laboratórios da escola para trabalhar. Foi assim com a Conta Simples, por exemplo.
O Insper mantém também o Insper Angels, uma rede de investidores-anjos formada e gerida por ex-alunos e que tem como foco fomentar o empreendedorismo brasileiro, buscando conectar empreendedores excepcionais a investidores engajados. A rede conta com mais de 450 investidores-anjos, que, além de capital financeiro, contribuem para o desenvolvimento dos empreendedores por meio de networking e mentorias direcionadas.
As startups de ex-alunos que receberam investimentos em 2022 foram:
Também realizaram captações, mas sem informar valores, a empresa de cosméticos em barra B.O.B., da ex-aluna de Administração Andreia Quércia, e a plataforma de alimentação saudável Greentable, do também veterano de Administração Pedro Semeoni.
Além disso, Alexandre Liuzzi, veterano de Economia, formado em 2005, vendeu sua empresa Remessa Online por 1,2 bilhão de reais — uma operação considerada como rodada de negócios pela Distrito Dataminer, braço de inteligência de dados da plataforma de inovação Distrito.
“Com o aumento do número de cursos, na graduação e na pós-graduação, e essa infraestrutura preparada para desenvolver os alunos decididos a empreender, podemos esperar um aumento ainda maior do número de startups bem-sucedidas, iniciadas por alunos do Insper”, afirma Kallás.