24/10/2012 – Estadão PME
Sugestões vão de franquia de lava rápido a aplicativos para celulares
RENATO JAKITAS, ESTADÃO PME
“Quem quiser ganhar dinheiro com automóvel no Brasil, deve olhar para os Estados Unidos”, afirma o coordenador do Centro de Empreendedorismo de Inovação do Insper, Marcelo Nakagawa. Para ele, o País passa por uma “americanização” de seu mercado automobilístico com impactos em toda a cadeia – indústria, serviço e comércio. Um processo que tende a se intensificar nos próximos anos.
“É tudo muito parecido com o que eles já têm consolidado por lá (nos Estados Unidos) há 20, 30 anos. Cresce o número de montadoras aqui no Brasil, o acesso ao crédito torna-se abundante e tem também o movimento do aumento dos carros, os SUV, que é um gosto bem americano”, destaca.
Esse novo contexto, afirma Marcelo Nakagawa, deve ser levado em conta no momento de empreender em áreas que gravitam em torno no setor, desde o fornecimento de acessórios até a oferta de serviços. “Os Estados Unidos apresenta uma série de inovações nessa área. O empreendedor precisa ficar atento a esse movimento”, diz.
Montadoras. Quarto maior mercado de veículos do mundo (atrás dos Estados Unidos, da China e do Japão), o Brasil pode abrigar, nos próximos anos, mais nove fábricas de automóveis e comerciais leves. Isso, no caso dos projetos anunciados nesta edição do Salão do Automóvel de São Paulo se confirmarem. O evento começa nesta quarta-feira, 24, no Pavilhão do Anhembi em São Paulo.
Entre as montadoras que estudam novas plantas no País, estão pesos-pesados como BMW, Land Rover e Nissan. As marcas chinesas Changan e Haima e a coreana SsangYong anunciaram que vão estrear no Brasil. Elas vão produzir veículos comerciais e de passeio em uma montadora que será instalada em Linhares, no Espírito Santo.
Na esteira de tanta movimentação, o Estadão PME organizou uma lista com sete dicas para o empreendedor investir no mercado de automóveis. As ideias estão abaixo. Confira.
7 dicas para empreender no mercado de carros:
1. CARONA E TAXI VIRTUAL. Para o professor Marcelo Nakagawa, do Insper, o empresário deve ficar atento à moda de aplicativos de carona e de solicitação de táxis para celulares, como o Taximov. Para ele, esse nicho carece de soluções que integrem esses aplicativos. Uma espécie de buscador especializado no assunto.
2. LAVA RÁPIDO. O mercado de lava rápidos no Brasil é bastante fragmentado e, ainda, amador. Segundo o professor do Insper, Marcelo Nakagawa, existe demanda para a criação de marcas, até mesmo franquias, voltadas para o segmento popular de consumo.
3. FRANQUIA DE OFICINA. Na mesma linha dos lava rápidos, o segmento de oficinas de reparos também carece de opções, dotadas de processo, identidade e posicionamento definidos.
4. CARROS COLETIVOS. Sabe aquelas pontos de aluguel de bicicleta no meio da rua? Com um cadastro anterior, a pessoa vai até o local definido, fornece o cartão de crédito e, depois, deixa a bicicleta em qualquer outro ponto? Pois na Europa e nos Estados Unidos isso já existe para automóveis. Chamado car share, o serviço vem, inclusive, ameaçando o modelo tradicional de locação de veículos.
5. PEÇAS OFICIAIS DE CARROS ANTIGOS. O tempo de vida da frota de carros brasileiros está cada vez menor. Com isso, apostar na contra tendência pode ser uma boa opção. Porque não investir em um negócio especializado em peças e acessórios para carros antigos? Melhor ainda se a empresa operar sob licença das montadoras.
6. CARROS TURBINADOS. Seja pelos congestionamentos ou pelo inusitado da ideia, Marcelo Nakagawa observa uma oportunidade para quem se dedicar a adaptar acessórios de uso cotidiano para dentro dos carros. A inspiração pode vir da French Handpresso, que lançou uma cafeteira que se acopla ao acendedor de cigarros.
7. DESMANCHES OFICIAIS. Por falar em peças e acessórios antigos, outra carência observada pelo professor Marcelo Nakagawa, do Insper, está no número de desmanches oficiais, aqueles que operam em parceria com seguradoras e com as próprias montadoras.