03/06/2022
Cotação alta do dólar americano e do euro, coronavírus, diferentes medidas de controle sanitário nos países e uma sensação de insegurança em razão de todas essas variáveis.
Mesmo com esse cenário, os programas internacionais de bolsas de estudo não alteraram seus calendários e continuam recebendo inscrições dos interessados para este ano.
Quem pretende estudar fora precisa se organizar com antecedência e dirigir os esforços para esse fim. A disputa é alta e as exigências para concorrer às bolsas também.
Continue a leitura e saiba como é o processo para conquistar a sua bolsa de estudo no exterior.
A cotação do real frente a moedas estrangeiras não é nem um pouco animadora, mas nem por isso o sonho de estudar fora do Brasil deve ser cancelado. Não há cenário de curto prazo que indique valorização do real, porém, há uma variedade de bolsas de estudo para concorrer.
As bolsas são mantidas por governos de outros países ou instituições privadas, em parcerias internacionais entre escolas brasileiras e estrangeiras, para alunos de países em desenvolvimento ou para estudantes do sexo feminino, entre outras opções.
Ao fazer buscas dos programas de bolsas, vale lembrar que há termos diferentes dos nossos. O “undergraduate”, “bachelor” e “baccalaureate”, por exemplo, são as graduações.
“Graduate education” e “postgraduate education” são as pós-graduações. O “Master” vale para mestrado e o PhD é para doutorado ou “doctorate”.
Há mais vantagens que desvantagens. De positivo, vale ressaltar que a formação do(a) aluno(a) será melhor vista no mercado, e ele(ela) vai adquirir fluência em um idioma, ganhar novos conhecimentos, além de desenvolver aspectos sociais ao conviver com pessoas de outras nacionalidades, ampliar a visão de mundo e ser mais responsável, pois estará sozinho(a) no país estrangeiro — eventualmente receberá ajuda de um(a) conterrâneo(a) brasileiro(a).
De negativo, poderá viver o xenofobismo contra brasileiros ou estrangeiros em geral, presenciar desentendimentos culturais, ter dificuldade para acompanhar algumas aulas ou, simplesmente, sentir saudades de amigos e familiares que ficaram no Brasil. Mas tenha em mente que essas dificuldades são passageiras e fazem parte do aprendizado.
A primeira medida é pensar quais aspectos considera determinantes para estudar no exterior. Isso inclui o país ou a instituição onde quer estudar, a linha de pesquisa para mestrado ou doutorado ou uma pós de especialização de sua preferência.
As instituições brasileiras que já têm parcerias firmadas com faculdades e universidades no exterior levam vantagem no processo por torná-lo um pouco menos burocrático.
No exterior, a concessão de bolsas prioriza quem já está matriculado em uma instituição de ensino estrangeira. Ou seja, primeiro o(a) candidato(a) precisa garantir ser aceito(a) em um curso no exterior para, depois, pedir a bolsa.
Essa regra é geral, mas não é a única. Hoje há uma infinidade de bolsas disponíveis e cada uma tem sua particularidade.
Há, por exemplo, bolsas que foram criadas para ajudar exclusivamente os estudantes de países em desenvolvimento. E se tiverem dupla cidadania de uma nação desenvolvida, não são considerados no processo.
Em outros programas, brasileiro com dupla cidadania pode levar vantagem sobre quem não tem, por causa da limitação de entrada de estrangeiros imposta por alguns países devido à covid-19.
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), ligada ao Ministério da Educação, também é um dos caminhos para quem faz ou quer fazer pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) no exterior, com opções de bolsas e auxílios financeiros.
Considere que processos burocráticos envolvem condições sobre os quais não se tem controle, como o tempo e os imprevistos. Por isso, comece a reunir a documentação o quanto antes.
Uma das clássicas exigências é o comprovante de proficiência em língua estrangeira. Os exames precisam ser datados dos últimos dois anos e, se a validade expirou, é preciso realizar exames em datas específicas, além de garantir também a pontuação mínima exigida.
Uma nova exigência decorrente da pandemia é o certificado de vacinação contra a covid-19 em inglês ou espanhol, que é emitido pelo Conecte SUS.
Alguns processos pedem cartas de recomendação de professores e históricos ou diplomas escolares — que precisam, respectivamente, ter uma versão de tradução juramentada ou o selo da Apostila de Haia —, comprovação de renda ou, dependendo do tipo de bolsa que está pedindo, se esteve empregado nos últimos três anos.
O seu perfil do estudante será considerado pelas instituições, mas tenha em mente que a carta de apresentação é o que conta, e muito, para os avaliadores concederem uma bolsa de estudo ou um auxílio financeiro (este não cobre os estudos; é uma “ajuda de custo” para os estudantes).
É por meio da carta que o(a) candidato(a) se apresenta, conta seu interesse e os motivos que o(a) levam a estudar no exterior, como seus conhecimentos podem ser potencializados ao ser parte de uma comunidade acadêmica internacional e, também, como a bolsa de estudo pode prover meios para cobrir os custos envolvidos com os estudos e a estadia em país estrangeiro.
Por isso, para cada pedido de bolsa, a recomendação é escrever a carta de apresentação com atenção e cuidado. Capriche! Depois, é reler o texto para fazer correções e chegar à versão final antes de enviar à instituição.
Esteja preparado porque alguns processos incluem entrevistas online para o(a) candidato(a) à bolsa se apresentar e responder a algumas questões que provavelmente já foram abordadas na carta de apresentação.
Abaixo, uma lista de sites onde pode começar a sua pesquisa de bolsas de estudos.
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