15/06/2015
ós-graduação e MBA contam muitos pontos para o sucesso na carreira. Mas não só. Investir em cursos de negócios de curta duração ou procurar um programa com aulas no Brasil e no exterior, como fez a publicitária Isabel Villela (ao lado), também tornam o currículo atraente para os headhunters.
Eduardo Marchiori 40 anos Formação – Administração de Empresas pela Faap, com extensão em marketing pela UC Berkeley, MBAs no Insper e na Columbia Universitu Cargo atual – Manging director na Mercer Marsh Beneficios & Marsh Consumer De primeira linha Ao ongo de quase 20 anos de carreira, o administrador de empresas Eduardo Marchiori, de 40 anos, hoje managing director da Mercer Marsh Benefícios & Marsh Consumer, realizou muitos projetos e acumulou vasta experiência.
Mas nada disso é capaz de desviar os olhos de um headhunter do item formação acadêmica de seu currículo. Formado em administração de empresas pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), com extensão em marketing pela UC Berkeley, MBA executivo em finanças pelo lnsper, MBA pela Columbia University e uma série de cursos de educação continuada, Marchiori preenche um dos requisitos mais valorizados pelos recrutadores.
“Formação acadêmica é o que olhamos primeiro”, diz Alexandre Zuvela, diretor da Fesa, empresa de seleção de altos executivos. Cursos de pós-graduação e MBA contam muitos pontos, mas o que importa mesmo é o nome das escolas em que o profissional estudou. “Observamos principalmente se a formação foi feita em escolas de primeira linha”, diz Luis Fernando Martins, diretor da Hays, também especializada em recrutamento. Cursos de menor duração, voltados a habilidades mais técnicas ou comportamentais, feitos ao longo de toda a trajetória, também são importantes. “A busca continua por aprendizado, além de beneficiar diretamente o desenvolvimento do profissional, demonstra que ele está focado na carreira e preocupado em se atualizar”, afirma Henrique Bessa, diretor da empresa de seleção Michael Page.
“Mas os cursos devem estar alinhados às suas necessidades e aos seus objetivos.” Bessa afirma, por exemplo, que não faz sentido um profissional que tenha pós-graduação e MBA não falar inglês e, mesmo assim, pleitear uma posição de gestão em uma multinacional. Por outro lado, pega bem que um diretor de negócios que pretenda assumir a presidência de uma empresa busque mais conhecimentos sobre finanças. “O importante é que cada programa auxilie o desenvolvimento da carreira de alguma forma”, diz Augusto Puliti, diretor-geral da DM Seleção, divisão de recrutamento do Grupo DMRH/EMA Partners Brazil.
Foi o que almejou Eduardo Marchiori. “Os cursos mais técnicos foram fundamentais no início da carreira. Estudar no exterior me deu vivência internacional. Já o MBA foi um grande alavancador de conhecimento e técnicas de gestão “, diz Marchiori. “E os programas de liderança me ajudaram a aprimorar a visão estratégica, o autoconhecimento e a gestão de talentos.” Ricardo M. Sartin 31 anos Formação – Medicina pela Unicamp, cursos de seis semana de administração e inovação e MBA executivo. Cargo atual – Superintendente médico do laboratório SalomãoZoppi Diagnósticos Como Inovar Cursos de curta &theca oferecem conhecimentos estruturados para manter o executivo atualizado e até redirecionar a carreira.
Atualização constante tornou-se uma necessidade básica no mundo corporativo em função da velocidade com que as novas informações circulam e, muitas vezes, deixam o que já sabemos para trás. Para suprir essa necessidade, existe, no mercado, uma grande oferta de cursos intensivos focados em educação executiva. A Fundação Dom Cabral (FDC), por exemplo, oferece uma variedade de programas, com duração que varia de três dias a três semanas, em diferentes áreas da gestão. “São programas que dão ao executivo um conjunto de conhecimentos estruturados e sintetizados”, diz Antonio Batista, diretor executivo de mercado e programas customizados da FDC. Os temas vão de finanças corporativas e estratégia a formação de liderança e de conselheiros, estes últimos bastante procurados atualmente. O Senac também reúne um portfólio extenso e entre os temas mais procurados está gestão da diversidade. “Hoje, existe um caldo de valores muito grande a ser gerido nas empresas e esse assunto aparece em qualquer discussão sobre liderança”, afirma Maurício Pedro, gerente da área de atendimento corporativo do Senac São Paulo.
Quem procura esses cursos são executivos experientes, que, muitas vezes, já fizeram um MBA, mas querem se manter sempre atualizados. “Depois da pós-graduação e do MBA, que demandam muito tempo, os executivos buscam programas mais curtos de atualização “, diz Luca Borroni, diretor de educação executiva do Insper. “Alguns cursos fazem os profissionais enfrentarem seus próprios dilemas, para chacoalhar o pensamento.” Existe, também, a tendência de os profissionais buscarem conhecimentos fora de sua área de origem, como um engenheiro que vai estudar economia ou um economista que quer aprender psicologia, muitas vezes em momentos de promoção ou de mudança de carreira.
Foi o que fez o médico Ricardo Magalhães Sartim, de 31 anos. Formado em medicina pela Unicamp, ele atuava no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, quando percebeu a necessidade de adquirir conhecimentos de gestão, para deslanchar na carreira. Buscou cursos rápidos de administração e inovação, cada um com seis semanas de duração, e complementou a formação com um MBA executivo. Seis meses depois, foi contratado como superintendente médico do laboratório Salomão Zoppi Diagnósticos, cargo que ocupa atualmente. “Os cursos foram mandatórios para conquistar essa posição “, diz Sartim. “Nunca tinha visto um balanço financeiro, mas fui aprender, para colocar minha carreira no rumo que escolhi.” Isabel Villela 42 anos Formação – Direito pela PUC SP e curso de marketing trends em Nova York, realizado por parceria entre o Insper e a New York University Cargo atual – Em transição de carreira CURSOS LÁ FORA Parcerias entre escolas brasileiras e estrangeiras são boa opção para quem busca vivência internacional.
Profissionais que querem ter boa formação combinada a uma experiência internacional não precisam mais se afastar dois anos do trabalho e abrir mão de salário e promoção. Parcerias entre escolas de negócios nacionais e estrangeiras oferecem programas com aulas no Brasil e períodos de imersão no exterior, com direito a certificado das escolas parceiras. Opções não faltam. Uma delas é o MBA executivo internacional da Fundação Instituto de Administração (FIA), que inclui duas viagens internacionais e tem opções de estudos de casos e visitas a empresas nos Estados Unidos, na Europa, na China e na Índia.
“É uma experiência completa”, diz James T. C. Wright, Ph.D. diretor-geral do Profuturo FIA. Para quem quer estudar em inglês, mas no Brasil, há alternativas como o International MBA e o Americas MBA. Existem, ainda, cursos co-branded mais rápidos, como os programas internacionais que o Insper oferece no Brasil, em português. Um deles é o Boot Camp para Empreendedores, da Babson Business School. Outra opção são as Learning Journeys, que levam executivos para lugares que são referência em determinados assuntos. Em 2014, a publicitária Isabel Villela, de 42 anos, estudou marketing trends em Nova York, curso feito em parceria com a New York University. “O assunto é tratado de forma rápida e muito bem administrada e a vivência internacional que temos nas agências e nas empresas é sensacional”, diz Isabel. A carga horária do curso é de 40 horas. “Fazemos tours para conhecer as empresas, vamos conversar com as pessoas, ver de perto o que estão fazendo em digital, mobile e social marketing”, diz Rodrigo Amantea, coordenador dos programas de educação executiva do Insper.
Esse tipo de experiência agrada os headhunters. “Entendemos que nem todo mundo tem tempo e dinheiro para fazer um curso de longa duração no exterior”, diz Alexandre Zuvela, diretor da Fesa, especializada em seleção de executivos. Para ele, um módulo internacional oferecido por escola de primeira linha do Brasil valoriza o currículo. “Se você trouxer um executivo estrangeiro para um curso de um mês no Brasil, o efeito será o mesmo para ele, que conhecerá uma realidade diferente da que vive em seu pais de origem”, afirma Zuvela.
“O importante é a troca de experiências com pessoas de todo o mundo.”
Fonte: Revista Você S.A. – 11/06/2015