17/04/2020
Irineu Gianesi e Guilherme Martins, em webinar promovido pelo Programa de Contingência para Escolas e moderado por Tadeu da Ponte, abordaram os principais aspectos que levaram ao sucesso desse processo
No dia 14 de abril, Irineu Gianesi, diretor de Assuntos Acadêmicos, e Guilherme Martins, diretor da Graduação, participaram do webinar Transformando a graduação presencial em on-line em uma semana. O seminário virtual integra uma série de ações promovidas pelo Programa de Contingência para Escolas, iniciativa conjunta entre o Grupo Rabbit, FTD Educação, Centro Britânico, Müller Martins Advogados, Primeira Escolha Avaliações e o Insper para criar uma força tarefa com o objetivo de auxiliar, orientar e dar suporte as escolas nos desafios apresentados por este período de crise.
Mediado por Tadeu da Ponte, coordenador de Processos Seletivos, o debate abordou o case da nossa escola no processo de transformação, em uma semana, das aulas presenciais da Graduação e Pós-graduação em aulas remotas, apresentando o histórico das decisões tomadas e os principais aspectos que devem ser levados em consideração ao analisar o sucesso desse processo.
Histórico
No dia 5 de março, Irineu e Guilherme conversaram sobre o caso de uma filha de um professor da escola que estava em intercâmbio na Itália e, por conta do avanço do novo coronavírus, teve suas aulas suspensas por uma semana e, na sequência, as atividades seriam retomadas em modo remoto. “A partir desse diálogo, marcamos uma reunião para o dia 10 com todas as áreas envolvidas caso precisássemos agir da mesma forma. E, na madrugada do dia 11 para 12, foi tomada a decisão de suspender as aulas nos dias 12 e 13. No dia 13, a resolução foi exatamente por parar as atividades por uma semana e retomar no dia 23 de modo remoto”, contou Irineu.
De acordo com o Diretor de Assuntos Acadêmicos, a escola tinha pouca experiência em aulas remotas. “Estávamos no processo de iniciar, neste ano, um projeto para introduzir ainda mais tecnologia nos programas. Realizamos, há dois anos, a elaboração de alguns cursos para o Coursera. Mas são programas que não são de ensino remoto, e sim EAD, para o aluno seguir sozinho. O que estava sendo proposto era transformar toda nossa operação, de Graduação e Pós-graduação, em ensino remoto, para que os alunos não precisassem vir à escola.”
“Logo que foi tomada essa decisão, passamos a realizar reuniões diárias para testar e definir a plataforma e as demais ferramentas a serem utilizadas nas aulas remotas, assim como o treinamento dos professores. Na segunda, 16, seguimos com o planejamento da escala desse treinamento, incluindo a preparação das pessoas da área de Desenvolvimento de Ensino e Aprendizagem para conduzir esse processo. Em quatro dias, treinamos cerca de 300 professores”, prosseguiu.
Irineu ainda explicou a montagem do sistema de monitoramento das aulas para a solução rápida de problemas, verificação da frequência dos alunos e avaliação da qualidade da interação. “Com todos esses esforços, as aulas vêm sendo conduzidas com sucesso. Mérito para toda equipe e destaque para o corpo docente do Insper, que foi impecável no engajamento em fazer essa transformação com foco na experiência e aprendizado do aluno.”
Desafios
Para Guilherme Martins, entre os principais desafios desse processo, além do treinamento do corpo docente, estão a transformação de um plano de aula desenhado originalmente para ser presencial em um modelo de modo remoto e o desenvolvimento de uma comunicação eficiente com professores e alunos. “No modelo remoto, o contato precisa ser ainda mais constante. No caso dos alunos, foi necessário alinhar a expectativa deles e, para isso, agimos por meio de diversos canais, como e-mail, ações nas mídias sociais e reuniões com os líderes das turmas, sempre com o tom de que ‘vamos errar querendo acertar e você é fundamental para nos dar feedback para ajustarmos o processo”. Os alunos se tornaram corresponsáveis e foram estimulados a criticar de forma construtiva”, disse.
“Também estabelecemos múltiplos canais para entender melhor nosso corpo discente, tanto em relação às aulas, como ao estado de saúde mental deles e de suas famílias. Além dos líderes de sala, contamos com o MultiInsper, que atua no aconselhamento socioemocional, e a própria relação professor/aluno. Vários professores ficam alguns minutos após o término de suas aulas para colher feedbacks. A comunicação precisa ser de duas vias para funcionar”.
Avaliação
Segundo Irineu, a avaliação da aprendizagem é uma grande preocupação inclusive no ensino presencial. “Estamos na semana de provas da Graduação e tem sido uma tradição a realização das avaliações sem consulta. Quando se passa para o ambiente remoto, não há como garantir que o aluno não vá consultar, então precisamos mudar esse modo de avaliação. Isso faz com que o professor foque em avaliar mais o como e o porquê, ao invés de o quê ”.
“Elaboramos recomendações, aos professores, no sentido de oferecer estratégias e cuidados, mas dando autonomia para decidirem como proceder. A plataforma que utilizamos oferece possibilidade de questões de múltipla escolha ou abertas, ou de inserção de casos e propostas que precisem de um tempo maior para resolução e possam ser entregues em outra data”, contou Irineu.
A avaliação é a atual onda de aprendizado da escola, explicou Guilherme. “A partir da próxima semana, vamos coletar dados sobre o desempenho dos alunos nas provas a fim de verificar se as mesmas tiveram uma boa qualidade de discriminação de resultados em comparação com resultados de semestres anteriores.”
Conclusões
Na análise de Guilherme Martins, os elementos que fizeram a experiência de transformação das aulas presenciais para remotas são aqueles que devem estar presentes em qualquer mudança da escola. “Tudo isso se deve à competência e ao engajamento de professores, de alunos, do time de coordenadores e de colaboradores, com o fundamental suporte da alta gestão. Essa tem disso uma experiência muito desafiadora e a ideia é que possamos sair disso tudo muito fortalecidos, como instituição, valorizando ainda mais a relação com o corpo docente e discente”.
A política de abertura e de compartilhamento de experiências, sempre presente no Insper, foi destacada por Irineu. “Como toda instituição que quer inovar, estamos sujeitos a erros e acertos, e buscamos compartilhá-los com outras instituições que também estão passando por esse processo. E ressalto que o sucesso dessa experiência é fruto do tipo de cultura de relacionamento com alunos e professores que criamos na escola. Isso não se compra com dinheiro, e sim com muito trabalho e dedicação das pessoas em se relacionarem e desenvolverem uma cultura em que o que manda é o aprendizado do aluno”.
Íntegra – A íntegra do webinar pode ser acessada por meio deste link.
Programa de Contingência para Escolas – Devido ao aumento do contágio pelo novo coronavírus, as declarações da OMS de que o mundo está em estado de pandemia, as definições ainda não tão claras dos governantes e a paralização das aulas, as empresas do Grupo Rabbit, FTD Educação, Centro Britânico, Müller Martins Advogados, Primeira Escolha Avaliações e o Insper se uniram para criar uma força tarefa com o objetivo de auxiliar, orientar e dar suporte as escolas neste novo desafio.
Mediante este cenário, o objetivo do Programa de Contingência é posicionar a escola como protagonista na instrução da população e no papel de utilidade pública, reduzir o impacto no processo de ensino e aprendizagem dos alunos e a redução de perdas econômicas como o atraso e não pagamento das mensalidades.
Entre as ações do Programa de Contingência estão webinars direcionados a gestores, professores, famílias e alunos. “São trabalhados temas levantados por meio de pesquisas com escolas de nosso relacionamento e que refletem as preocupações reais de cada público neste momento”, diz Tadeu da Ponte, coordenador de Processos Seletivos do Insper e fundados da Primeira Escolha.
Para saber mais sobre essa iniciativa, clique aqui.