Alumnus Ricardo K. Ywata – MBA 1999 publica livro sobre agências de rating, sob a perspectiva das ciências sociais
Frequentemente, se vê nos jornais as decisões das agências de avaliação de risco país, as quais classificam o grau de risco das nações de não honrarem suas dívidas nos prazos estipulados. Essas pontuações repercutem nas decisões de lideranças políticas, dirigentes empresariais e administradores públicos, evidenciando o poder destas instituições.
Ricardo K. Yawata, sociólogo, professor e alumnus do curso de MBA em Administração de 1999, acaba de publicar o livro Ordem mundial e agências de rating – O Brasil e as agências na era global (1996 – 2010), no qual realiza uma detalhada análise sobre estas organizações, conhecidas como agências de rating, discutindo o papel desempenhado por elas em suas avaliações e o seu impacto na economia mundial.
A seguir, o autor fala brevemente sobre essa experiência:
1) O que motivou você a escrever?
O livro é uma adaptação da minha tese de doutoramento, defendida em 2009. Durante a pesquisa, percebi que havia pouca literatura em português sobre agências de rating e o que existia era, em sua grande maioria, sob a perspectiva das finanças. Faltava sob a perspectiva das ciências sociais em geral, diferentemente do que se passa no exterior, onde há uma ampla literatura sobre o tema, sob diversas perspectivas. Resolvi, então, propor à Editora Senac a publicação de uma obra em português sobre o tema e tratando diretamente do Brasil.
2) No que o MBA do Insper contribuiu para o sucesso deste projeto?
O MBA do Insper contribuiu para que eu fosse designado para coordenar a primeira operação de securitização de recebíveis do exterior por uma instituição financeira brasileira. Na época, a instituição logrou captar US$ 300 milhões, pelo prazo de cinco anos, tendo como garantia remessas enviadas por trabalhadores brasileiros do Japão para as suas famílias no País. Pela estrutura apresentada, a operação obteve o ‘grau de investimento’ por duas agências de rating, quando na época o País ainda era considerado ‘grau especulativo’. Surgiu daí o meu interesse em estudá-las mais de perto. Anos depois, quando decidi fazer o doutorado, resolvi tomá-las como objeto de estudo e acreditava que tanto o meu MBA do Insper, quanto a minha experiência no mercado financeiro, poderiam interessar à Academia. E o meu feeling mostrou-se correto.
3) Comente um fato relevante que ocorreu durante o processo de desenvolvimento do livro?
Aconteceu durante a elaboração da pesquisa que deu origem ao livro. Em 2008, o Brasil conseguia, finalmente, o grau de investimento (‘investment grade’) por duas agências de rating (S&P e Fitch, em abril e maio, respectivamente). Fui um observador privilegiado, pois pude acompanhar o rating do Brasil de 1996 – quando o País ainda era considerado de alto risco (‘speculative grade’) – a 2010, passando pelo grande momento em 2008. Durante o período, ocorreram 19 promoções (‘upgrades’) e 7 rebaixamentos (‘downgrades’), pelas três maiores agências de rating (Moody’s e as duas acima citadas).
Para marcar a chegada da obra às livrarias, será realizado evento de lançamento, onde será realizado um bate papo entre o autor e o jornalista Fábio Cervone.
Livro: Ordem Mundial e agências de rating: O Brasil e as agências na era global (1996-2010)
Data: 09/05
Horário: 18h30-19h30 (debate com jornalista);
19h30-21h30 (coquetel e sessão de autógrafos)
Local: Livraria Martins Fontes
Endereço: Av. Paulista, 509
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Fonte: Insper
08/05/2013