O presidente do Insper, Marcos Lisboa, começou sua palestra fazendo uma previsão pessimista: ”Corremos o risco de ter uma queda da renda per capita de 10% entre 2013 a 2016”.
O economista lembrou que o atual momento econômico do País tem um paralelo na História. ”Há uma semelhança na crise dos anos 80 [o choque do petróleo] e a que estamos vivendo agora. Os países que sofreram naquela época fizeram ajustes, mas o Brasil se recusou. Na crise de 2008, nações fizeram ajustes. O Brasil, novamente, não fez nada”. Os anos 80 foram conhecidos como a ”década perdida”.
A situação atual é muito ruim até do ponto de vista histórico, disse Lisboa. ”Recessão de 4% com inflação de dois dígitos é raro na história do mundo.”
O presidente do Insper criticou severamente os investimentos públicos e os subsídios ao consumo. ”O investimento, o PIB e o desemprego pioraram muito desde 2011. Ainda não há porta de saída para a crise”.
Sobre a reforma da Previdência, opinou que ”deveria ser feita há dez anos. Estava claro que havia um problema sério”.
No período de 1990-2008, o País teve uma relativa trajetória de estabilidade, com instituições mais sólidas e um Banco Central que funciona nos moldes do resto do mundo, segundo ele.
Comparando FHC e Lula, Lisboa foi taxativo: o primeiro governo Lula, na economia, foi mais conservador que o de FHC.
Para o economista, ”vale a pena investir em setores apenas que possam trazer ganhos consideráveis para o País”, criticando os estímulos dados à indústria naval.
E, da mesma forma que iniciou sua palestra, fez um alerta: O Brasil não vai honrar com seus compromissos nos próximos anos”.
Fonte: Rede TV Online – 23/02/2016