Os brasileiros trabalham em média 1.708 horas por ano, 20% menos do que em 1970. Os chineses trabalham 2.174 horas, 35 dias a mais por ano do que os alemães
No mundo atribulado de hoje, muitas pessoas provavelmente acreditam que estão trabalhando como nunca. Algumas sentirão inveja de seus pais e avós, que levavam uma vida bem mais pacata e com mais tempo livre. Certo?
Não é o que mostram os dados. Na maioria dos países, as pessoas trabalham hoje bem menos do que seus antepassados. No Brasil, de acordo com os dados mais recentes, de 2019, as pessoas trabalham em média 1.708 horas por ano. Em 1970 eram 2.145 horas. Essa redução de 437 horas (ou 20%) em meio século representa 18 dias a menos de trabalho a cada ano.

Segundo dados compilados pelo site Our World in Data, no mundo inteiro, houve uma queda significativa no número de horas trabalhadas desde a Revolução Industrial. Em 1870, na maioria das países, as pessoas trabalhavam mais de 3.000 horas por ano — ou 60 a 70 horas por semana durante 50 semanas por ano.
A partir de então, o tempo dedicado ao trabalho começou a diminuir, sobretudo no período de 1913 a 1938, graças às mudanças sociais, políticas e tecnológicas que ganharam forma após a Grande Depressão e a Primeira Guerra Mundial.
Atualmente, segundo dados da OCDE, o clube dos países ricos, os alemães trabalham em média 1.332 horas por ano, quase 1.100 horas a menos do que em 1950. Entre os países desenvolvidos, é a menor quantidade de horas dedicadas ao trabalho por ano. A média na OCDE é de 1.687 horas trabalhadas por ano.
Os dados mostram que, em geral, nos países ricos as pessoas tendem a trabalhar menos do que nos países pobres. Diferentemente do que ocorre nas nações desenvolvidas, em muitas nações em desenvolvimento o número de horas trabalhadas cresceu nos últimos anos.
É o caso da China. Hoje os chineses trabalham em média 2.174 horas por ano, quase 200 horas a mais do que trabalhavam em 1970. Comparando os extremos, em média, os chineses trabalham 35 dias a mais por ano do que os alemães.