01/10/2019
Evento promovido em parceria com a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência abordou diversos aspectos do tema
No dia 24 de setembro, realizamos o workshop Tudo o que você queria saber sobre acessibilidade em parceria com a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (SMPED). No evento, discutimos a acessibilidade arquitetônica, digital, comunicacional e atitudinal.
“O tema da acessibilidade é um importante debate para a sociedade. Hoje, no Insper, temos uma Comissão de Acessibilidade composta por vinte membros voluntários que procura entender e atender a todas as necessidades com o máximo de eficiência, buscando garantir a máxima igualdade de oportunidades”, ressaltou o Coordenador Executivo do Centro de Gestão de Políticas Públicas do Insper, André Marques.
Para o Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência, Cid Torquato, é muito importante o poder público estar com a academia em debates como este. “A acessibilidade é um tema que precisa ser incentivado para acontecer de forma mais efetiva. É necessário colocá-la na agenda para que vire algo estrutural e toda sociedade possa perceber o seu valor.”
Acessibilidade Arquitetônica
O debate sobre acessibilidade arquitetônica contou com a presença de Silvana Cambiaghi, fundadora da Comissão Permanente de Acessibilidade de São Paulo (CPA), e de Bruno Mahfuz, fundador do Guiaderodas.
Silvana abordou o histórico da luta pela acessibilidade na cidade de São Paulo, marcada pela Lei 11.345, de 1993, a primeira a dispor sobre a adequação das edificações à pessoa com deficiência, passando pela criação da CPA em 1996 e o estabelecimento da Secretaria da Pessoa com Deficiência em 2005. “A importância da acessibilidade está em pensar, em cada ação e ideia que tivermos, nas pessoas com os mais diversos tipos de deficiência. Isso vai além das edificações. Devemos levar em consideração o desenho universal em todos os nossos projetos desde o seu início.”
A frustração de enfrentar dificuldades com a sua cadeira de rodas em diversos estabelecimentos levou Bruno Mahfuz a ter a ideia de criar o Guiaderodas, aplicativo que permite verificar, antecipadamente, se um ambiente é acessível ou não.
“Ele é alimentado por usuários cadastrados que respondem a perguntas objetivas sobre questões como o conforto, a segurança e a autonomia que os estabelecimentos oferecem às pessoas com deficiência”, contou Bruno. O aplicativo também se destina a empresas, que podem solicitar consultoria caso tenham interesse de se tornarem mais inclusivas.
Acessibilidade Digital e Comunicacional
As barreiras enfrentadas no mundo digital pelas pessoas com deficiência e a necessidade de uma melhor acessibilidade comunicacional foram abordadas e discutidas por Suzeli Rodrigues Damaceno, coordenadora do Web para Todos, e por Sidney Tobias, Analista de Sistemas da Prodam e Consultor de Acessibilidade Digital e Comunicação Inclusiva da SMPED.
A acessibilidade digital em sites e portais garante a igualdade de oportunidades para pessoas com deficiência, permitindo que todas tenham acesso às informações e serviços disponíveis na web. “Quando um site não é programado de forma lógica, por exemplo, prejudica as funções de um leitor de tela que poderia ser utilizado por uma pessoa com deficiência visual de forma eficiente. Encontramos muitos vídeos sem legendas ou tradução em Libras. Ainda há resistência em relação a custos, por parte de muitas empresas, em tornar as mídias mais acessíveis. Porém, algumas já percebem a perda de possíveis clientes pela falta desses recursos”, analisou Suzeli.
Sidney ressaltou que os recursos para implantar a acessibilidade nas mídias digitais estão disponíveis a qualquer programador. “Basta vontade e atenção a um público que não é pequeno.” O analista da Prodam ainda abordou as dificuldades enfrentadas pela falta de acessibilidade comunicacional tanto nos meios virtuais como reais.
“É necessário oferecer recursos, em atividades e bens culturais, que promovam a independência aos indivíduos que necessitam deles, como audiodescrição, Libras e legenda. Além disso, há a necessidade de utilizar os símbolos que caracterizam cada um desses recursos na divulgação dos eventos, o que facilita a vida das pessoas com deficiência que buscam por essas informações”, ressaltou.
Acessibilidade Atitudinal
A acessibilidade atitudinal envolve a atitude pessoal na remoção de barreiras no processo de inclusão. Além dos demais convidados, participaram do debate Renice Pombani Ton, Gerente de Recursos Humanos do Insper, e Vinícius Cassio Barqueiro, Coordenador da Comissão de Acessibilidade do Insper.
A experiência do Insper na contratação de aprendizes com deficiência intelectual foi explanada por Renice. “O programa Cultivando Diversidade, desenvolvido em parceria com a empresa Ser Especial desde 2016, permite que pessoas com deficiência intelectual sejam treinadas e capacitadas para atuarem como aprendizes em diversas funções em nossa escola. Estamos na quarta turma e temos quase 50% de aproveitamento em relação à efetivação.”
A partir dessa primeira experiência, que trouxe a conquista do selo Empresa Amiga da Pessoa com Deficiência, concedido pela Ser Especial, a escola expandiu os estudos e ações relacionadas à acessibilidade para questões que envolvem toda a comunidade Insper, o que resultou na constituição, também em 2016, da Comissão de Acessibilidade.
“A nossa preocupação vai além de atender a requisitos de órgãos reguladores em relação a questões de arquitetura e infraestrutura. Pensamos a acessibilidade em todas as suas frentes e procuramos sempre expandir nossas ações, como, por exemplo, com a realização deste evento para o debate de ideias”, contou Barqueiro.
Vinícius ainda ressaltou a criação, neste ano de 2019, da Comissão de Diversidade, que discute questões étnico-raciais, de gênero e de respeito à pessoa de uma maneira geral.
Os convidados finalizaram o encontro com um debate sobre as razões de ainda existir preconceito em relação às pessoas com deficiência. Um dos principais fatores levantados foi a falta de informação.
“A falta de informação é um dos principais fatores para esse preconceito. Resolver só isso, porém, não basta. A questão atitudinal tem que ser provocada. Aqui no Insper, nós promovemos o contato com a diversidade e provocamos discussões para derrubar essas barreiras”, observou Renice. Vinícius Barqueiro ressaltou a importância da educação nesse processo. “Bato na tecla de que a educação é um dos caminhos para que a gente mude essa realidade. Desde a educação básica, ensinando as crianças a lidar com a diversidade de maneira natural, até o ensino superior, incluindo acessibilidade no currículo das formações profissionais e abrangendo tanto aspectos técnicos quanto atitudinais”.
Acessibilidade no Insper
Comissão de AcessibilidadeA Comissão de Acessibilidade é a principal responsável por elaborar, aprovar e acompanhar as ações de acessibilidade e inclusão no Insper. O objetivo é garantir condições de igualdade aos alunos no acesso ao currículo, e garantir a todos os colaboradores, docentes, alunos e visitantes do Insper um ambiente sem barreiras arquitetônicas, pedagógicas, tecnológicas e de comunicação. Acessibilidade arquitetônicaNosso campus é certificado pela ABNT e está em conformidade com os padrões nacionais estabelecidos para acessibilidade, de forma que as pessoas com deficiência física encontram as condições necessárias para circular com autonomia:
Acessibilidade digital e comunicacionalGarantimos acessibilidade nos pontos de atendimento físico e digitais e contamos com modernos recursos de tecnologia assistiva:
Acessibilidade pedagógica e atitudinalTemos cultura de zelar por cada pessoa da nossa comunidade e isso se reflete também na acessibilidade.
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Assista à integra do debate: