02/08/2016
Otimismo no lugar de desânimo. Estabilidade e não incertezas. Esse é o clima que, aos poucos, se instala no País. Depois de dois anos de queda constante de todos os indicadores, a economia começa a dar sinais de recuperação. “Quando o consumidor se mostra pessimista. mesmo que a economia esteja rodando bem, é provável que haverá urna queda”, diz Gustavo Loyola. ex-presidente do Banco Central e sócio da Tendências Consultoria. “Quando ele fica otimista, inaugura-se um novo ciclo virtuoso.” Nesse contexto, as notícias não poderiam ser mais animadoras. Uma pesquisa divulgada na semana passada pelo Instituto Datafolha mostrou que a expectativa dos brasileiros em relação à economia atingiu o nível mais alto desde 2014. Agora, a população se diz mais confiante na queda da inflação, na retomada do emprego e no aumento de seu poder de compra. A sensação é compartilhada pelo mercado financeiro, pela indústria e comércio. Não à toa, o Brasil saltou da 26ª posição MAIS CONFIANÇA NO PAIS Pesquisa revela o que pensam os brasileiros a respeito do futuro 38% acreditam que a situação econômica irá melhorar “44 mudança no comando do Pais e na economia foi radical.
O futuro já começou” Gustavo Franco. ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Rio Bravo investimentos 15% acham que a inflação vai diminuir OS SINAIS DA RECUPERAÇÃO Indica Pores mostram que o Brasil começou a virar ojogo 20% apostam que a taxa de desemprego sofrerá queda No primeiro semestre de 2016, o real subiu 20% ante o Mar Foi a maior valorização domando 8% consideram que houve avanço na situação económica para a 23 (entre 36 países pesquisados) na lista que mede o nível de otimismo das nações, segundo a consultoria Grant Thornton.
nenhuma moeda no mundo valorizou-sz mais em 2016 do que a brasileira. Até a semana passada. a cotação do real ante o dólar havia subido 2006 uma demonstração inequívoca da renovação de forças da economia do Pais. Outro indicador. este ainda mais emblem mático, reforça essa impressão. Segundo projeção feita pela Fundação Getúlio Vargas. o P12 do Pais vai cair 3,5% em 2016. Ainda é urna lástima, mas a curva descendente ficou mesmo para trás: a previsão anterior da FGV apontava para uma queda de 4%. O Fundo Monetário Internacional está em sintonia com as análises da FGV. Ele também prevê uma recessão menos severa para 2016. Segundo a instituição. o NB vai cair 3,3%, em vez dos 3,8% projetados anteriormente. É a primeira vez desde 2012 que o FMI vê avanços na economia brasileira. Para o ano que vem, as estimativas são cada vez mais otimistas. O Instituto Internacional de Finanças (IFF), formado pelos 500 maiores bancos do mundo, calcula um crescimento de 1,5% do NB brasileiro em 2017, e de 3% em 2018. “0 futuro já começou”, afirma Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos. “A mudança no comando do Pais e na economia foi radical, muito mais do que já foi percebido. A melhora, por enquanto, se limita à atmosfera, pois as novas iniciativas estão em suspenso, aguardando a homologação do impeachment”, diz. FOle Um estudo do BTG Pactual indicou que os fundos globais podem investir ate US$ 35 bilhões no Brasil nos próximos meses O risco Brasil, medido pelo COSI caiu para menos de 290 pontos. No final de 2015, o índice estava na casa dos 540 pontos CENÁRIO POLÍTICO (6) contexto politico está diretamente ligado aos rumos economicos do Pais. As trapalhadas e a irresponsabilidade fiscal do governo Dilma Rousseff levaram ao rápido declínio da economia. Com a insegurança gerada pelo processo de impeachment, os investidores se afastaram. Agora sob o comando do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. o cenário econõmico mudou. 1-1á muita esperança de que o presidente Michel Temer consiga ser mais efetivo no dialogo com o Congresso e consiga aprovar as medidas necessárias”. afirma Gustavo Loyola. “A partir daí, teremos um crescimento gradual da economia: Para manter a marcha e evitar retrocessos, Loyola diz que é importante dar continuidade ã redução da divida em relação ao P113 e cumprir as metas de inflação.
O mesmo mantra é defendido por Roberto Dumas Damas, professor do Insper. “Existe uma espécie de bilhete premiado diante do presidente e da classe política em consertar a economia e tirar proveito desse feito”, diz Damas. “Acho pouco provável que Temer deixe passar essa oportunidade.” Até a castigada indústria automotiva, que tem amargado os piores resultados no Pais em mais de uma década, está prestes a rever a dramática situação. 0 setor espera que as vendas cresçam 9,2% em 2017. A japonesa Nissan é prova da retomada do setor. Na semana passada. a empresa anunciou a contratação de 600 funcionários para a fábrica de Resende, no Rio de Janeiro. Num cenário de desemprego brutal, trata-se de um alento significativo. As boas noticias vêm de diversos setores. A Petrobras, saqueada pela corrupção generalizada, viu suas ações subirem mais de 4% na terça-feira 19 após um longo período nebuloso. Ainda é cedo para dizer que os bons tempos estão de volta. Mas a virada já começou. 0 Brasil saltou da 26a posição para a 238 (entre 36 países pesquisados) na lista que mede o nível de otimismo das nações. segundo a consultoria Grant Thornton Estimativa do FMI divulgada na semana passada prevê uma recessão menos severa para 2016. Segundo a instituição. o PIB vai cair 313%, em vez dos 3,8% projetados anteriormente. É a primeira desde 2012 que o FMI vê avanços na economia brasileira.
Fonte: Revista Isto É – SP – 27/07/2016