18/07/2014
Saiba quais foram as obras entregues e quais ainda estão atrasadas. Há muito por fazer no Rio, SP, Manaus, BH, Curitiba, Recife e Porto Alegre. A Copa acabou, os alemães comemoraram novamente o título, desta vez lá na Alemanha. E, no Brasil , quando o assunto são obras de infraestrutura e mobilidade urbana, tem muita coisa para entregar ainda. É o que os mostram os nossos repórteres no Rio de Janeiro, em Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Manaus.
RIO DE JANEIRO
A reforma do Aeroporto Internacional Tom Jobim não acabou. O Terminal 1, que deveria ter sido entregue em setembro de 2012, só deve ficar pronto em dezembro deste ano, quase dois anos depois. Um dos motivos foi a demora na entrega dos projetos de execução da obra.
Ainda falta terminar um andar inteiro; algumas lojas não ficaram prontas e parte da pavimentação ainda está incompleta.
A Infraero e o consórcio que administra o aeroporto ainda vão reavaliar algumas reformas previstas no projeto original.
Já o BRT, o corredor expresso de ônibus, ficou pronto, já está funcionando e atendendo a 450 mil passageiros por dia.
PORTO ALEGRE
Em Porto Alegre, dos 16 projetos iniciais, dez deixaram de ser obrigatórios para a Copa. Os cronogramas foram refeitos por causa de disputas judiciais e até a descoberta de um sitio arqueológico.
A construção do BRT, o sistema de ônibus rápido, em quatro avenidas é uma das mais esperadas. Mas apenas o corredor de uma delas foi entregue.
As obras no entorno do Beira-Rio estão prontas. Uma delas desafogou o trânsito entre a Zona Sul e o centro da cidade.
No aeroporto, a ampliação do terminal de passageiros não tem prazo para ser feita porque houve um problema com a empresa responsável pela obra. Mas a Infraero assegura que tem capacidade para atender à demanda atual.
CURITIBA
Em Curitiba, das 16 obras previstas para a Copa, três estão inacabadas. Falta construir uma alça de acesso para a Avenida Salgado Filho, uma das principais da capital paranaense.
Segundo o governo estadual, o atraso é por causa da demora nas desapropriações. Já a ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Internacional Afonso Pena deve ficar pronta só em 2016, de acordo com a Infraero.
Falta terminar também a ampliação do terminal de ônibus Santa Cândida. Metade da obra foi entregue na segunda-feira (14), um dia depois da final da Copa. A outra metade, de acordo com a Prefeitura, só no fim do ano.
O Terminal Santa Cândida é um dos mais antigos de Curitiba e ficou pequeno para as 40 mil pessoas que passam por lá todos os dias.
BELO HORIZONTE
Em Belo Horizonte, pelo menos três etapas das obras do BRT, o sistema de ônibus rápido, não ficaram prontas, como a construção de estações.
Um viaduto que fazia parte do projeto desabou há 12 dias. A demolição da estrutura ainda não terminou, e não há prazo para a liberação da pista de uma das principais avenidas que ligam o estádio do Mineirão ao aeroporto internacional.
De acordo com a Prefeitura de BH, 96% dos projetos do plano de mobilidade urbana para a Copa já estão prontos.
No Aeroporto de Confins, foram concluídas as obras no saguão, nas pontes de embarque, e no estacionamento. Mas a reforma para ampliar a pista de pouso será redefinida, em função da concessão à iniciativa privada.
RECIFE
No Recife, uma da principais obras projetadas para a Copa do Mundo é a Via Mangue, construída para desafogar o trânsito na Zona Sul da cidade. O custo é de R$ 431milhões, com recursos do município e do governo federal. Parte da obra foi inaugurada em junho, mas, de acordo com a prefeitura do Recife, a via só estará totalmente concluída em dezembro.
O maior atraso ocorre nas obras de implantação dos corredores de BRT, os ônibus rápidos. O Corredor Leste Oeste foi projetado para ter 16 estações de passageiros e seis estão em funcionamento.
O Corredor Norte-Sul terá 29 estações. Na quarta-feira (16), as primeiras três começam a funcionar. A previsão do governo de Pernambuco é de que os dois corredores estarão prontos em dezembro.
MANAUS
Em Manaus, 87% das obras do Aeroporto Eduardo Gomes foram entregues antes da Copa. Segundo a Infraero, falta reformar as salas de embarque e a praça de alimentação e finalizar o estacionamento. Com o fim do Mundial, o cronograma das obras será revisto e ainda não há previsão de entrega.
Já a construção do BRT e do monotrilho foi cancelada. Segundo o governo estadual, irregularidades nos dois projetos atrapalharam o andamento das licitações.
Para tentar desafogar o trânsito, uma faixa exclusiva de ônibus está em teste na avenida que liga a Arena da Amazônia. Outros sete corredores estão em construção.
E AGORA?
Os especialistas em infraestrutura fazem um balanço pós-Copa: o Brasil deu conta dos estádios e, em geral, os aeroportos melhoraram, principalmente em São Paulo e Brasília.
Mas faltou planejamento e as obras acabaram custando mais porque foram feitas em cima da hora. Em quase todas as cidades-sede, não houve muito avanço nos projetos de mobilidade urbana. E é isso que precisa continuar a ser feito mesmo com o fim da Copa.
“Para quê se faz um evento desse? Para que a gente antecipe investimentos que nós faremos mais tarde. E essa é a grande frustração que a gente achou que mobilidade urbana que seria feita quatro, cinco, seis anos depois viessem para agora. Se ela acabar daqui quatro ou cinco anos, perdeu o sentido. Mas a gente espera que o país continue investindo em mobilidade”, analisa Eduardo Padilha, especialista em infraestrutura do Insper.
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Fonte: Portal G1 – SP – 16/07/2014