Evento da Virada Sustentável debateu o impacto dos ODS, estabelecidas pela ONU, e dificuldades no Brasil para cumpri-los
Três anos depois do lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e suas 17 metas que devem ser cumpridas até 2030, a ONU segue promovendo a discussão global sobre a conservação do meio ambiente. O Insper faz parte do PRME Brazil, sigla em inglês para Princípios para Educação Executiva Responsável, e realizou o workshop que compôs a programação oficial da Virada Sustentável. O conteúdo foi conduzido por Priscila Claro, professora associada do núcleo de estudos em meio ambiente e centros urbanos do Insper e co-presidente do PRME/ONU Brazil Chapter.
Claro alertou para as dificuldades de mensuração dos avanços alcançados e falou sobre os 17 ODS focando em aspectos que afetam diretamente o Brasil: a exploração da Amazônia e a migração da população de áreas rurais para áreas urbanas. “Pesquisas apontam que o desmatamento da Amazônia já está próximo de um estágio que impossibilita recuperar o bioma da floresta”, explicou.
Além do problema ambiental, há ainda impacto para as comunidades que moram na floresta e tiram seu sustento da natureza. “Existem famílias que vivem da floresta amazônica. Se praticamente não se pode mais mexer nela, isso impacta a sobrevivência dessas comunidades”, destaca.
Com uma infraestrutura precária nas cidades e os problemas de déficit de moradia, muitos dos novos moradores urbanos acabam construindo em locais de preservação ambiental. “Isso não impacta apenas o meio ambiente, mas também a qualidade de vida das pessoas que residem nessas áreas. Por serem locais afastados dos centros urbanos, a população acaba não tendo acesso à saúde, transporte e segurança”, analisa.
Para Claro, o que dificulta que famílias de baixa renda ou recém-chegadas à cidade consigam moradia de qualidade é a forma como o governo lida com essa população. “Hoje no Brasil o planejamento de moradia para a população de baixa renda é feito de forma separada do planejamento de infraestrutura básica. As pessoas têm onde morar, mas não têm onde viver.”
Ao final do workshop, os participantes refletiram sobre os principais problemas ambientais da nossa realidade como lixo, desmatamento e uso racional dos recursos, e debateram caminhos para um desenvolvimento mais sustentável.