Alunos do Insper e de outras instituições de ensino, incluindo estrangeiros, podem participar do programa, que vai acontecer em julho em São Paulo

 

Tiago Cordeiro

 

A nova edição da Global Academy, o programa de férias do Insper, tem matrículas abertas para alunos de graduação brasileiros, de qualquer instituição de ensino superior e para estrangeiros. Como aconteceu em 2023, a iniciativa será realizada em julho, com aulas presenciais e inteiramente em inglês. São duas as opções de cursos de curta duração, com em torno de 40 horas cada.

Um deles, “Startup entrepreneurial ecosystems bootcamp”, propõe uma imersão no ecossistema empreendedor de startups, agregando teoria e prática, com um mix de aulas, palestras de convidados e visitas a organizações do ecossistema empreendedor de São Paulo (SP). As aulas ocorrem na capital paulista, dos dias 15 a 26 de julho.

Na mesma cidade e nas mesmas datas acontece o curso “Human rights in the Americas”, que vai colocar os alunos em contato com ativistas de direitos humanos, advogados, membros do sistema judicial brasileiro e especialistas em áreas temáticas como justiça criminal, encarceramento, proteção ambiental e direitos de mulheres e imigrantes.

 

Experiência multicultural

Flavia Piazza, professora do Insper desde 2008 com Ph.D. em Comportamento Organizacional pela Tulane University e coordenadora de desenvolvimento internacional, é a coordenadora acadêmica da Global Academy. Ela lembra que cursos de curta duração, disponibilizados durante períodos de férias, são comuns em instituições de ensino de ponta. É uma alternativa que apresenta uma série de vantagens.

“Programas assim reúnem grupos heterogêneos de alunos, de diferentes nacionalidades e backgrounds culturais. São atividades intensas, concentradas em poucos dias, que incentivam o estudante a fazer uma imersão. A interação é muito rica, conciliando teoria e prática”, ela relata.

As atividades práticas envolvem a visita a empresas, no caso do curso sobre empreendedorismo. Na área de direitos humanos, será realizada uma simulação de julgamentos. “A experiência foi bem sucedida no ano passado e, neste ano, convidamos novamente os alunos de qualquer curso de graduação do Insper e de outras instituições a se aprofundar em temas de relevância internacional”, afirma Piazza.

 

Imersão no ecossistema empreendedor

Já realizado no ano passado, o curso sobre ecossistemas empreendedores tem por objetivos levar os alunos a identificar dimensões e atores regionais relevantes que impactam a atividade empreendedora, compreender e discutir o papel dos diferentes atores no apoio a startups locais, identificar dimensões específicas que facilitam ou dificultam as atividades empreendedoras num determinado ecossistema e propor cursos de ação para melhorar os resultados empresariais.

“Em 2023, o engajamento dos alunos foi fantástico”, diz o docente responsável pelo curso, Thiago Soares, professor do Insper desde 2019, nas áreas de inovação, empreendedorismo e estratégia. “Reunimos numa mesma sala alunos vindos de diversos lugares do globo, com vivências muito distintas, o que enriqueceu muito as discussões e a troca de conhecimentos em sala. O que aprendíamos em aula num período, experimentávamos na prática logo na sequência. É uma dinâmica característica do Insper, muito rica”, comenta o professor.

“Mesclar gente de fora com estudantes da própria escola representa uma oportunidade de crescimento para todos. Para este ano, vamos seguir colocando alunos em contato direto com organizações e empreendedores, apresentando os principais pilares para o sucesso de um ecossistema empreendedor, como o acesso a capital humano e social, o relacionamento com o mercado e os financiadores, o contato com universidades e a existência de uma cultura de inovação.”

 

Direito e História

O curso sobre direitos humanos será conduzido por Pedro Jimenez Cantisano, graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com Ph.D. em História pela Universidade de Michigan e ex-professor assistente da Universidade de Nebraska e da John Jay College of Criminal Justice da City University of New York.

“Estou lecionando a mesma disciplina em caráter semestral. Para um curso rápido, algumas atividades são ampliadas, como as visitas a campo, uma forma de conhecer profissionais de Direito dentro de suas áreas de atuação. É mais difícil organizar essas ações fora do Insper durante a grade curricular comum”, ele explica.

Por outro lado, parte da carga de conhecimentos teóricos é condensada. “Será importante que os estudantes façam as leituras recomendadas antes das aulas. O engajamento intenso vai fazer a diferença para o desempenho durante o curso.”

O objetivo é que, ao fim do programa, os participantes estejam habilitados a definir o direito internacional relativo a direitos humanos e algumas de suas ramificações, identificar as contribuições das Américas para a agenda global de direitos humanos, identificar as principais questões de direitos humanos da região, compreender os mecanismos mais importantes para a proteção dos direitos humanos e interpretar documentos legais e decisões relacionadas aos direitos humanos internacionais.

“Vamos trabalhar a capacidade de recitar argumentos jurídicos a respeito dos direitos humanos”, afirma o professor. “Para quem não é da área de Direito, o curso também tende a agregar. Um aluno de Economia ou Administração, certamente, vai interagir com advogados ao longo da vida. Aprender a dialogar com especialistas da área representa um diferencial importante no ambiente corporativo. Existem no mercado profissionais que se especializaram em oferecer consultoria em direitos humanos para as empresas.”

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