Segundo a Agência Espacial Europeia, lixo espacial é formado por mais de 130 milhões de objetos em órbita da Terra
Bernardo Vianna
A exploração do espaço sempre cativou a imaginação da humanidade, representando uma jornada incessante para compreender o universo e nosso lugar nele. Desde a icônica missão Apollo 11, que levou o homem à Lua em 1969, até os esforços atuais para conquistar Marte, testemunhamos um avanço notável nas tecnologias envolvidas nas missões espaciais. Esse progresso, no entanto, não vem sem consequências indesejáveis.
O aumento exponencial das missões espaciais resultou no acúmulo de detritos em órbita da Terra, que incluem desde pedaços de foguetes abandonados até satélites obsoletos. Esses destroços representam uma ameaça significativa para a exploração futura do espaço, uma vez que colisões com esses objetos podem danificar satélites em operação e até mesmo colocar em risco a vida de astronautas em missões espaciais. É um desafio complexo que exige soluções inovadoras e contínuas.
Um aspecto fundamental da exploração espacial é o lançamento de foguetes que transportam tanto a carga útil, chamada de payload, quanto os estágios de propulsão. A carga útil é o equipamento, como satélites ou instrumentos científicos, que é transportado para o espaço com o objetivo de realizar diversas funções, desde comunicação até monitoramento ambiental. No entanto, além da carga útil, os foguetes também deixam para trás outros objetos, como estágios de foguetes abandonados, que se tornam lixo espacial.
Conforme aumenta a frequência com que lançamos novos satélites e novas missões tripuladas, cresce a necessidade de mitigarmos a poluição que deixamos no espaço. Os mais de 130 milhões de objetos de detritos espaciais com mais de 1 milímetro de tamanho estimados pela Agência Espacial Europeia representam riscos imediatos para as operações espaciais, tornando a navegação segura no espaço cada vez mais difícil. A contínua proliferação de detritos pode até mesmo resultar em um cenário de “cascata de colisões”, no qual uma colisão inicial desencadeia uma série de outras colisões em série, exacerbando ainda mais o problema.
Enfrentar a questão da poluição espacial requer uma abordagem global e colaborativa. As agências espaciais em todo o mundo precisam unir forças para desenvolver e implementar medidas eficazes de gerenciamento de detritos espaciais, o que pode incluir desde a remoção ativa de detritos até a adoção de práticas de lançamento mais sustentáveis.
À medida que continuamos a explorar o cosmos, é importante que façamos isso de maneira responsável — somente por meio da cooperação e do compromisso com a inovação podemos garantir que as futuras gerações tenham acesso a um espaço limpo e seguro para explorar.