[{"jcr:title":"Núcleo de Estudos Raciais leva workshop sobre desigualdades para capitais do Nordeste"},{"targetId":"id-share-1","text":"Confira mais em:","tooltipText":"Link copiado com sucesso."},{"jcr:title":"Núcleo de Estudos Raciais leva workshop sobre desigualdades para capitais do Nordeste","jcr:description":"Fortaleza, no Ceará, e São Luís, no Maranhão, foram as primeiras cidades da região a apoiar o projeto de difusão de conhecimento do NERI"},{"subtitle":"Fortaleza, no Ceará, e São Luís, no Maranhão, foram as primeiras cidades da região a apoiar o projeto de difusão de conhecimento do NERI","author":"Ernesto Yoshida","title":"Núcleo de Estudos Raciais leva workshop sobre desigualdades para capitais do Nordeste","content":"Fortaleza, no Ceará, e São Luís, no Maranhão, foram as primeiras cidades da região a apoiar o projeto de difusão de conhecimento do NERI Workshop realizado em São Luís (foto: Secretaria de Estado da Mulher – Governo do Maranhão)   Leandro Steiw   O Núcleo de Estudos Raciais do Insper ( [NERI](https://www.insper.edu.br/pesquisa-e-conhecimento/centro-de-gestao-e-politicas-publicas/nucleo-de-estudos-raciais/) ) levou o workshop Desigualdade Racial e Políticas Públicas para duas capitais do Nordeste, como parte de seu compromisso de ampliar a difusão do conhecimento produzido por seus pesquisadores. A primeira apresentação foi em Fortaleza, no Ceará, e a segunda em São Luís, no Maranhão. Ambas foram promovidas e tiveram o apoio de diversas instituições públicas municipais e estaduais e organizações da sociedade civil. Na plateia estavam gestores públicos, acadêmicos, especialistas e ativistas em direitos humanos, entre outros. A data do evento mais recente, no Teatro da Cidade de São Luís, coincidiu com o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial, celebrado em 21 de março — nesse dia, em 1960, a polícia de Sharpeville, na África do Sul, matou 69 pessoas durante uma manifestação pacífica contra as leis de segregação racial do apartheid. O primeiro módulo, “Discriminação e desigualdade racial: evidências e teorias”, foi ministrado pelo economista Michael França, coordenador do NERI. O economista Alysson Portella, pesquisador e coordenador de projetos de pesquisa sobre educação e renda, apresentou o segundo módulo, “Políticas Públicas”. Esmênia Miranda, vice-prefeita da capital maranhense, havia assistido ao [workshop em São Paulo](https://www.insper.edu.br/noticias/nucleo-de-estudos-raciais-promove-workshop-sobre-desigualdade-e-politicas-publicas/) , uma semana antes, e confirmou a impressão sobre o impacto dos estudos. “Fiquei surpresa com alguns dados do núcleo sobre a realidade das desigualdades do Brasil”, diz ela. “O racismo é uma história que vivenciamos todos os dias e que nos choca ainda mais quando vemos uma pesquisa apurada.” Mestra em História e pesquisadora, Esmênia estudou representações de pessoas escravizadas na imprensa e os seus efeitos nas manifestações atuais de racismo. Uma das estatísticas comentadas pela equipe da prefeitura refere-se à disparidade salarial entre trabalhadores pretos e brancos. A diferença caiu desde a década de 1980, mas a tendência de igualdade se esvai quando se analisam pessoas de raças e gêneros diferentes com perfis socioeconômicos similares. “Os dados são importantes para dar subsídios para a adoção de políticas públicas, e tudo o que aprendemos em São Paulo e no workshop nos permitiu encontrar referências do que está acontecendo nos eixos sul e sudeste e adaptar para a nossa realidade no Maranhão”, afirma Esmênia. Em São Luís, 73% da população declara-se preta ou parda, segundo o Censo 2022, e o Maranhão é o quinto estado brasileiro em percentual de pessoas pretas. “O nosso posicionamento é entender que é o momento de pensar na erradicação dessa desigualdade em nosso território, que tem essa população tão extensa”, diz Fellipe Reis, coordenador de promoção de igualdade racial da prefeitura de São Luís. “A partir do aprendizado do workshop, vislumbramos caminhos e possibilidades de efetivação de políticas públicas que sejam uma solução real para a desigualdade, que combatam na raiz do problema e que não sejam apenas um paliativo, como tantas vezes acontece no país.”   Participantes do workshop em Fortaleza (foto: Secretaria da Igualdade Racial – Governo do Ceará)   Em Fortaleza, no dia 18, o workshop ocorreu no auditório Rachel de Queiroz, da Universidade Federal do Ceará (UFC). França e Portella apresentaram os dados do NERI na segunda mesa de debates da programação, acompanhados do economista Guilherme Irffi, da UFC. Na primeira mesa, Zelma Madeira, secretária da igualdade racial do Ceará, e Victor Hugo de Oliveira, analista de políticas públicas do instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), mostraram o cenário das desigualdades raciais na realidade cearense. Nas duas ocasiões, o NERI lançou o livro [ Números da Discriminação Racial ](https://www.insper.edu.br/noticias/pesquisadores-apresentam-as-evidencias-do-livro-numeros-da-discriminacao-racial/) , organizado por França e Portella. Na opinião de França, o livro e o curso são dois passos do núcleo na direção da difusão do conhecimento — avanço em relação ao trabalho desenvolvido nos dois últimos anos, de realização de estudos empíricos sobre a temática social e racial e de assessoria a governos e sociedade civil em iniciativas e políticas públicas. “Duas coisas me chamaram a atenção nas oficinas que temos realizado”, afirma França. “A primeira é a vontade de aprender sobre o tema que muitos têm demonstrado. A segunda é que, apesar da ampla visibilidade da temática racial nos últimos anos, de um ponto de vista mais quantitativo, muitos ainda sabem pouco sobre o tema.”   O primeiro workshop da série, realizado em São Paulo, no Insper  "}]