O Vale do Silício é o polo de inovação, tecnologia, desenvolvimento e empreendedorismo mais importante do mundo.
Localizada na Califórnia, nos Estados Unidos, a região abrange 16 cidades, como Palo Alto, Cupertino e Santa Clara, possui quatro universidades (Stanford é uma delas) e sedia milhares de empresas poderosas, principalmente de alta tecnologia:
Neste artigo, reunimos alguns conselhos ou lições que já foram publicamente divulgados por algumas das mentes brilhantes por trás dessas gigantes do Vale do Silício, seja em livros, entrevistas ou eventos.
As lideranças:
Confira, a seguir, as principais lições de liderança desses grandes nomes do Vale do Silício.
São muitos os conselhos e as lições para quem quiser ser um bom líder.
O super coach dos ícones do Vale do Silício, Bill Campbell (1940-2016), por exemplo, defendia julgar mais as pessoas por suas características pessoais, como a forma como se relacionam com seus pares, do que por suas métricas.
Carl Guardino, ex-presidente do Silicon Valley Leadership Group, compartilhou suas “lições-chave de liderança” em um evento da Universidade de Oxford, em 2013, que continham frases de efeito como estas: “Se seus sonhos não te assustam, eles não são grandes o suficiente”; “O sucesso não é dado, é conquistado” e “Nunca se torne mais alto fazendo outra pessoa se sentir menor”.
Outras habilidades que aparecem nessas lições são inteligência emocional, bom humor, otimismo, autoconhecimento, resiliência.
Neste artigo, selecionamos 10 lições de liderança que foram compartilhadas por nomes admiráveis do universo executivo, todos eles ligados às gigantes do Vale do Silício:
Veja, a seguir, um detalhamento de cada uma dessas lições e quem está por trás destas ideias.
Em 2012, Tim Cook ainda era CEO recente da Apple, após a renúncia de Steve Jobs. Naquele ano, ele deu uma entrevista à Bloomberg, em que defendeu a importância da diversidade entre as lideranças e os funcionários em geral.
“Queremos diversidade de pensamentos. Queremos diversidade de estilos. Queremos que as pessoas sejam elas mesmas. […] Você não precisa ser outra pessoa. Você não precisa colocar uma máscara quando vai trabalhar e ser diferente.”
Tim Cook defendeu que as várias experiências que as pessoas trazem, em sua diversidade, podem ajudar uma empresa a crescer. Inclusive porque as experiências mais criativas e inovadoras muitas vezes surgem a partir da ideia de um funcionário qualquer.
Cook também defendeu que as lideranças tenham a humildade e sabedoria de perceber e admitir quando estão erradas, em vez de baterem cabeça numa ideia fixa. Mudar de ideia é um talento dos bons líderes, disse ele:
“Muitas pessoas, principalmente, na minha opinião, CEOs e executivos altos, ficam tão plantadas em suas velhas ideias que se recusam ou não têm coragem de admitir que estão erradas. Talvez a característica mais subvalorizada de Steve (Jobs) era o fato de ele ter coragem de mudar de ideia. E isso é um talento.”
O CEO da Microsoft, Satya Nadella, também falou algo parecido, ao defender que os bons líderes são aqueles que olham para os próprios erros, em vez de colocarem a culpa em suas equipes quando algo dá errado.
E mais: se os chefes estão fazendo coisas erradas, seus funcionários poderão seguir o exemplo – e vice-versa –, disse Nadella.
Em seu livro “A Regra é Não Ter Regras: A Netflix e a Cultura da Reinvenção”, o cofundador da empresa, Reed Hastings, defendeu que há muitos talentos escondidos nas empresas, e que estes devem ser valorizados pelos líderes.
Sobre a Netflix, escreveu o seguinte:
“Descobrimos que uma empresa com grande densidade de talento é uma na qual todos desejam trabalhar. Nossos funcionários estavam aprendendo mais uns com os outros, e as equipes realizavam mais – e com mais rapidez. Isso aumentava a motivação, a satisfação individual, e levava toda a empresa produzir mais. Trabalhar com colegas de fato talentosos foi empolgante, inspirador e muito divertido.”
O CEO da Netflix também defendeu que as lideranças conquistem a confiança de suas equipes por meio da verdade, sempre. Mesmo que não seja a verdade que queiram ouvir:
“Distorcer a verdade é uma das maneiras mais fáceis de os líderes corroerem a confiança. Não sei como ser mais claro: simplesmente não faça isso. Seu pessoal não é idiota. Quando você tenta enganá-los, eles percebem, e isso faz você parecer falso. Fale com clareza, sem tentar fazer com que situações ruins pareçam boas, e seus funcionários saberão que você diz a verdade.”
Hastings também defendeu a importância de dar feedbacks e expressar opiniões de forma constante e transparente. No livro sobre a Netflix, escreveu o seguinte:
“Dar feedbacks e expressar opiniões abertamente, em vez de fazer fofoca, reduzia as traições e a politicagem e nos permitia sermos mais rápidos. Quanto mais pessoas ouviam no que podiam melhorar, melhor todos trabalhavam e melhor nos saíamos como empresa. Na Netflix, deixar de falar quando você discorda de um colega ou tem um feedback que poderia lhe ser útil é o mesmo que ser desleal com a empresa. Afinal, você poderia ajudar os negócios – mas está optando por não fazer isso.”
Esta dica veio da executiva Marissa Mayer, durante a conferência anual de 2015 do Fortune Global Forum, quando ela ainda comandava o Yahoo!.
Segundo ela, é preciso ouvir mais as pessoas. Ela inclusive costumava ir até o refeitório da empresa, todos os dias, para conversar com os funcionários e ouvir suas ideias, apesar de se dizer tímida.
“O trabalho de um executivo é estabelecer uma visão, ouvir a equipe e colocar as coisas fora do caminho para que eles possam executar aquela visão tão rápido quanto eles podem.”
Larry Page, cofundador do Google, também já escreveu duas frase que têm tudo a ver com este tópico:
“Trate as pessoas com respeito, elas tendem a devolver o favor à empresa.”
“É importante que a empresa seja uma família: que as pessoas sintam que fazem parte da empresa e que a empresa seja como uma família para elas.”
O CEO da Adobe, Shantanu Narayen, foi um visionário, em 2008, ao começar a vender os softwares da empresa na nuvem, em vez de embalados. Se no começo a estratégia disruptiva fez a empresa perder dinheiro – e ele ter que convencer os investidores de Wall Street de que isso era até esperado –, hoje a Adobe se tornou uma das maiores e mais importantes empresas de software do mundo, com receita recorde nos últimos anos.
Seu mote é sempre pensar na experiência do usuário primeiro, como ele disse certa vez, em uma cúpula da Adobe:
“Para vencer no mundo de hoje, todas as empresas precisam se transformar para se tornarem maniacamente focadas na experiência do cliente.”
Este conselho vai especialmente para as mulheres que ocupam funções de liderança. E vem de uma das mais importantes: Sheryl Sandberg, que até 2022 foi COO da Meta, empresa dona do Facebook, Instagram e WhatsApp.
Em uma conferência TED Talk sobre liderança feminina, ela destacou que apenas 7% das mulheres recém-formadas negociam seu primeiro salário, enquanto 57% dos homens fazem o mesmo:
“As mulheres subestimam sistematicamente suas habilidades. Não negociam por elas mesmas no mercado. Os homens atribuem seu sucesso a eles mesmos e as mulheres o atribuem a fatores externos. Se você perguntar aos homens por que eles fizeram um bom trabalho, eles dirão: ‘Sou demais. Obviamente. Por que você está perguntando?’. Se você perguntar o mesmo às mulheres, elas dirão que alguém as ajudou, que elas tiveram sorte, que trabalharam duro. Por que isso importa? Importa muito porque ninguém chega ao escritório principal sentando ao lado e não à mesa. E ninguém é promovido se não acreditar que merece o sucesso, ou se não entender o próprio sucesso.”
Em entrevista à Forbes, em 2021, o cofundador do Airbnb Nathan Blecharczyk aconselhou as lideranças a focarem na análise de dados de suas empresas antes de tomarem qualquer decisão.
Foi a partir de uma pesquisa minuciosa nos dados da Airbnb que verificou padrões de negócios, que a empresa decidiu por uma estratégia de expansão baseada em listagens de até 300 propriedades em cidades turísticas mais importantes.
A decisão contribuiu para que a empresa crescesse e se tornasse líder no nicho de compartilhamento de casas, com valor de mercado de US$ 100 bilhões.
Cofundador do Google, Larry Page já deu várias declarações nesse sentido:
“Quando um sonho aparecer, agarre-o!”
“Eu sei que parece que o mundo está caindo aos pedaços, mas é realmente um grande momento da sua vida pra você permitir um pouco de loucura. Siga a sua curiosidade e seja ambicioso. Não desista de seus sonhos. O mundo precisa de você!”
“Qualquer coisa que você possa imaginar provavelmente é possível.”
“Você não precisa ter uma empresa de 100 pessoas para desenvolver uma ideia.”
“Quando começamos com o projeto de buscas, todos diziam para nós: ‘Garotos, vocês vão fracassar, já existem cinco empresas de buscas.’ Nós dizíamos: ‘Somos uma empresa de buscas, mas estamos fazendo diferente’.”
Quer saber como se preparar para cargos de gestão em empresas de atuação global? Leia o artigo com dicas e caminhos para se capacitar.